Seu filho não nasce responsável ou irresponsável. O sentido
da responsabilidade não se transmite geneticamente, mas se aprende com a
experiência. A ação dos pais é básica e a vida em família constitui a principal
escola.
A RESPONSABILIDADE SE APRENDE NA VIDA FAMILIAR
Um erro muito frequente de muitos pais é pretender prolongar
além do devido à infância das crianças impedindo-lhes na prática que assumam
responsabilidades.
A melhor idade para estabelecer o sentido da
responsabilidade é entre os sete e os onze anos. Neste momento se vivem
Períodos Sensitivos que facilitam o cumprir com o dever assumido ou escolhido:
- ·
O amor à justiça.
- ·
A disposição de ajudar.
- ·
O desejo de ficar bem.
- ·
A superação.
O que a criança adquire nesta idade sobre o sentido da
responsabilidade é essencial já que o preparará para enfrentar as crises que
acontecem na puberdade e adolescência.
Certamente, pode começar muito antes. Tenha em conta que uma
criança a qual lhe permite fazer de tudo não é mais feliz que aquela a qual se
lhe exige com amor.
NUNCA É MUITO CEDO PARA EDUCAR NA RESPONSABILIDADE
Para que uma criança
aprenda a ser responsável, os pais devem:
1.
DESTACAR-LHE RESPONSABILIDADES: Se os pais fazem
tudo pela criança e tomam todas as decisões, a criança nunca aprenderá a ser
responsável.
2.
COMEÇAR MUITO CEDO: Durante a infância. A
seguir, na puberdade, a delegação de responsabilidades irá aumentando.
3.
INFORMAR-LHE SOBRE A EFICÁCIA DE SUAS RESPOSTAS:
A criança deve saber como se está desenvolvendo e há de aprender com seus
erros.
4.
DAR-LHES APROVAÇÃO E RECONHECIMENTO: Quando
atuam de forma responsável. Isto lhes infundirá confiança e segurança em si
próprios.
Os encargos ou responsabilidades familiares:
É comum que em muitos lares os pais, e com frequência apenas
a mãe, carreguem sobre seus ombros todos os trabalhos:
- ·
As tarefas domésticas.
- ·
A sustentação do lar.
- ·
O cuidado da roupa de cada um.
- ·
As gestões relacionadas com seus estudos:
matrículas, uniformes, livros...
Entretanto, os pequenos encargos
ou responsabilidades constituem uma forma maravilhosa de educar a
responsabilidade. Além disso, contribuem para que todo o trabalho não recaia
sempre nas mesmas pessoas. Ter um encargo concreto aos 4 ou 5 anos torna
possível que aos 15 ou 16 anos seja lógico o colaborar no lar. Pelo contrário,
se esperar que seu filho fique maior para exigir-lhe responsabilidade, isso vai
ser difícil.
OS FILHOS DEVEM COLABORAR NO BOM ANDAMENTO DO LAR
Do mesmo modo que
desde muito pequeno acostumamos nossos filhos a que comam e se vistam sozinhos,
devemos acostumar-lhe a ir fazendo por si próprio o que, razoavelmente, e de
acordo com sua idade, são capazes de fazer.
Nunca é muito cedo para ensinar ao filho a ser responsável.
Nos primeiros anos de vida pode fazê-lo como um jogo. Enquanto seu bebê começa
a engatinhar pode estimular–lhe para que recolha seus jogos.
Desde que seu filho tem 2 ou 3 anos pode assumir pequenas responsabilidades:
1.
Ajudar colocar a mesa.
2.
Alimentar o bichinho de estimação.
3.
Regar as plantas.
4.
Ajudar mamãe a fazer as camas.
5.
Preparar sua roupa para o dia seguinte.
6.
Apagar as luzes.
7.
Recolher seus objetos pessoais.
Entre os 5 - 7 anos pode assumir responsabilidades maiores
como, por exemplo:
1.
Atender ao telefone.
2.
Tomar banho e vestir-se sozinho.
3.
Cuidar de algum animal.
4.
Tirar o lixo.
5.
Limpar sistematicamente o banheiro, o lavabo...
6.
Comprar diariamente produtos como: o pão, o leite...
7.
Varrer o chão.
8.
Passar o aspirador.
9.
Limpar seus sapatos...
Pouco a pouco, a criança terá que ir aprendendo. Deverá aprender
que na vida, há coisas desagradáveis ou aborrecedoras e que não há mais remédio
que aceitar se se quer crescer. Se a criança observa que seus pais e irmãos
maiores realizam estas tarefas de forma regular compreenderá que há certas
tarefas necessárias que deve fazer.
Para que um encargo desenvolva a responsabilidade, a criança
deve ser consciente de que tem que responder ante alguém pelos trabalhos
realizados. Os pais deverão, portanto, avaliar periodicamente seu cumprimento. É
importante que seu filho entenda bem em que consiste seu encargo, para que
possa cumpri-lo. Além disso, deve entender o propósito da tarefa: isto é, por
que é importante que o faça.
Na hora de distribuir os encargos convém respeitar as
iniciativas de seu filho:
Bem no que diz respeito ao encargo escolhido, ou melhor
quanto à forma de cumpri-lo. Se se pode escolher livremente estará exercitando
sua responsabilidade. Deve-se procurar que cada filho tenha o encargo que possa
cumprir bem. Desta forma poderão experimentar a satisfação do trabalho bem
feito e verá reforçado seu próprio sentimento de autoestima. Para isso é
importante que os pais recompensem periodicamente o comportamento responsável,
já que é difícil que seu filho aumente sua capacidade para ser responsável se
não consegue nenhuma recompensa ou elogio por seu comportamento. Pelo contrário
se continuamente se lhe critica, ridiculariza ou tacha de irresponsável, seu
filho acabará acreditando que o é e comportando-se como tal.
ELOGIE SEU FILHO QUANDO SE COMPORTA DE FORMA RESPONSÁVEL
À medida que vão crescendo, os pais deverão procurar que a
motivação para cumprir com suas responsabilidades provenha deles mesmos. Para
isso deveremos conversar muito com os filhos e fomentar sua capacidade de
reflexão. Devemos ajudar-lhes a considerar as coisas e argumentar examinando as
razões ou motivos que aconselham atuar de um modo ou outro; a prever as consequências
de suas decisões livre e a atuar em consequência disso.
Entre os 7 e os 11 anos estão em pleno período sensitivo da
responsabilidade. Podemos estimular sua responsabilidade, das seguintes formas:
- Mediante os
encargos ou responsabilidades familiares.
-Ensinando-lhe a
tomar decisões.
Acostumando-o a:
1.
Prestar contas de seus afazeres.
2.
Prestar contas do dinheiro que utiliza.
3.
Realizar bem seus trabalhos sem interrupções.
4.
Terminar as atividades que começa.
5.
Valorizar a qualidade do trabalho realizado.
6.
Usar responsavelmente seu material e cuidá-lo.
7.
Aceitar a responsabilidade de suas faltas.
Fonte: Livro “Como resolver situações cotidianas de seus
filhos de 6 a 12 anos”.