a solidariedade. A relação entre irmãos proporciona um treinamento valioso para o controle da agressividade. Os filhos únicos, que não se relacionam com crianças da sua idade, podem encontrar dificuldades duradouras para administrar a sua agressividade. A criança que é criada entre irmãos aprende mais facilmente a lutar pelo que é seu e a respeitar os outros, a conhecer os limites próprios e alheios que não devem ser violados. A rivalidade entre irmãos é um ingrediente positivo, desde que seja equilibrada com amor.
Juntamente com a rivalidade natural e espontânea, que não ultrapassa certos limites e que é facilmente superada, pode surgir outra rivalidade, mais amarga e duradoura, que pode tornar o ambiente familiar problemático e que deixar seqüelas na personalidade adulta dos irmãos. Este tipo de competição pode ser produto de certos erros educativos. Muitos pais utilizam as comparações entre seus filhos para destacar qualidades e condutas positivas. Colocar um irmão como modelo para o outro é um erro freqüente. Não só diminui a
auto-estima do menos favorecido na comparação, como também faz com que o irmão colocado como modelo ganhe a antipatia dos outros. Toda criança deve ser estimulada e valorizada por si mesma, sem sentir a pressão de ser o primeiro ou de estar à altura do outro. O favoritismo é outro erro cometido com freqüência pelos pais. Consiste em preferir, geralmente de forma não consciente, um filho em detrimento do outro. Às vezes as predileções podem estar repartidas: há filhos do pai e outros da mãe. Apesar de ser pouco comum que os pais sejam conscientes de tais favoritismos, a criança pode captar com perspicácia a situação e reagir com ciúme, caprichos e tristeza. É muito importante estar atento a essas predileções. Suas conseqüências podem ser duradouras e amargas.