sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Imposição de limites impede que a criança se torne um reizinho mandão


  Crianças birrentas podem levar os pais à loucura. Choram para conseguir coisas, são malcriadas, não guardam os brinquedos e ainda atormentam a rotina da casa. Ao menor sinal de não verem seus desejos atendidos, agem como verdadeiros manipuladores e atacam os pontos frágeis dos pais. A boa notícia é que este comportamento pode ser revertido em qualquer idade, depende mais dos adultos do que dos pequenos.
Não é milagre e tampouco um processo simples e rápido. Só com muita paciência você vai fazer o seu filho entender que o mundo não foi feito somente para atendê-los. "A criança tem que aprender a lidar com a frustração desde pequena. No começo, a mãe sempre a atende e, com o passar do tempo, ela acha que vai continuar assim. A hora que a mãe não pode, os bebês costumam estranhar e passam a chorar. Se a mãe larga tudo e vai ao socorro, a criança entende que tudo funciona na base do choro".
Atenção, isso não significa que você vai deixar o seu bebezinho largado no berço esperneando, mas que vai ficar atenta se é uma necessidade, como mamar ou porque precisa trocar a fralda, ou se ele apenas quer colo. Na segunda hipótese, você pode atender, mas não precisa ser imediatamente caso esteja ocupada.
"A criança precisa de limites desde cedo para não se tornar um reizinho mandão. Os pais devem conversar e explicar as coisas mesmo que achem que os filhos não entendem. Outro ponto importante é manter um discurso coerente para não confundi-la, ou seja, explicar os motivos pelos quais aprovam ou desaprovam suas atitudes".
Com o passar do tempo, os pequenos passam a entender melhor as limitações e podem se tornar educadíssimos fora de casa por limitações sociais e da escola, mas são completamente tiranos com os pais. "Os pais devem perceber que precisam impor respeito com muita conversa e bons exemplos para eles seguirem. Para dizer não, os pais tem que amar muito".
É nessa hora que entra em ação explicações mais duras e convincentes. "Se os pais estiverem inseguros sobre a educação, os filhos percebem e passam a dominar a casa porque pensam que os pais são fracos".
Não há limite de tempo para colocar os limites e transformar crianças birrentas em seres compreensivos (claro, de acordo com a idade e capacidade), mas o processo deve começar desde cedo com inteligência e certeza do caminho educacional a ser seguido. Dizer um não pode render cara feia, mas garante que a criança vai entender que não é possível ter tudo e que vai se comportar sempre com educação. Bom senso e perspicácia na infância garantem adultos seguros e conscientes.

domingo, 19 de agosto de 2012

SENTIMENTO DE CULPA DOS PAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS

 O sentimento de culpa dos pais em relação aos filhos atrapalha muito na imposição de limites e educação das crianças. Criando uma criança tirana que manda e escolhe pelos pais.
  Programa série filhos:

http://youtu.be/UjN0bsZr8p8

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A IMPORTÂNCIA DA ROTINA

Queixas tais como: "meu filho fica até alta madrugada conversando pelo computador, depois não consegue levantar para ir à escola"; "meu filho nem toma conhecimento das lições de casa"; "meus filhos estão engordando muito,só comem o que querem";"eu tenho uma filha que quer brincar o dia todo na escola, tenho recebido reclamações" etc.
Dei-me conta de que era rotina ouvir essas queixas, tanto no consultório quanto no convívio social. Críticas sobre a falta de regras, de disciplina, de organização, ou seja, sobre a absoluta falta de rotina da geração dos “filhos da democracia, da ruptura da família tradicional e da era digital”, parafraseando a jornalista Rita Loiola.

Parece que os jovens de hoje estão sendo educados com o conceito de que a rotina é algo nefasto e enjoativo, que deve ser evitado a qualquer custo. Poucos parecem perceber que, na verdade, a rotina é o sustentáculo da própria liberdade – porque só através da dedicação paciente e contínua que o ser humano pode explorar adequadamente suas potencialidades. A rotina é fundamental na organização da vida de cada ser, é o eixo estruturante através do qual nos desenvolvemos e nos configuramos como ser gregário que somos.

Se tomarmos o termo “rotina” por mera repetição mecânica de atos, sem consciência, realmente não teremos resposta mais adequadas dos jovens. Assim, vejamos a rotina como atos introjetados através de experiências de vida, erros, acertos e descobertas. Durante a formação da criança, possui singular relevância a prática reiterada de hábitos a partir dos modelos paternos e sociais.

A rotina é uma organização consciente que a criança apreende desde o nascimento e que se inicia com o exemplo de ações ensinadas pelos pais, fazendo junto e cobrando suas repetições. O exercício da rotina deve ser iniciado através das práticas mais simples, tais como horários para dormir e acordar, cuidados com alimentação e higiene etc. Progressivamente, a criança é condicionada à disciplina e organização, arrumando brinquedos e objetos pessoais, até que tenha condições para selecionar a utilização do seu tempo; nessa fase, aprender a utilizar uma agenda pode ser de grande valia.

É preciso ter muita paciência. Nenhum filho incorpora com facilidade uma nova rotina. A interiorização da disciplina é um processo lento, a partir de um constante aprendizado junto aos pais, através da imposição de regras. A melhor forma de aprender ainda é através do exemplo. A criança evolui naturalmente quando entende seu papel em uma casa organizada, com regras claras de condutas constantemente explicadas e cobradas pelos pais, que ainda são os educadores por excelência dos seus filhos.

É sabido que o corpo necessita de rotina para seu funcionamento adequado. Da mesma forma, a mente precisa de tempo e calma para organizar o pensamento lógico, que reúne elementos, avalia cenários e toma decisões. O processo acadêmico, portanto, se desenvolve a partir de rotina para os estudos, de forma que basta a sua carência para comprometer significativamente o processo de aprendizagem do jovem, além de afetar sua integridade emocional. Ora, a espontaneidade nunca deixará de ser um valioso ativo – mas nada se constrói sem disciplina e organização.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Transtorno Bipolar na Infância e Adolescência

O Transtorno Afetivo Bipolar em crianças é um exemplo de doença psiquiátrica que exige seriedade no encaminhamento, pois, nessa faixa etária, a sua sintomatologia pode se apresentar de forma atípica.
Assim, ao invés da euforia seguida da depressão dos adultos, nas crianças surge a agressividade gratuita seguida de períodos de depressão. Nestas, o curso do transtorno é também mais crônico do que episódico e sintomas mistos com depressão seguida de “tempestades afetivas”, são comuns. Além disso, a mudança é rápida e poderá acontecer várias vezes dentro de um mesmo dia, como por exemplo: alterações bruscas de humor (de muito contente a muito irritado ou agressivo); notável troca dos seus padrões usuais de sono ou apetite; excesso de energia seguida de grande fadiga e falta de concentração. Esses são alguns sintomas que devem ser observados.

Se desde que nasceu, a criança apresenta um temperamento mais eufórico, é cheia de energia e criatividade, mas não perturba ninguém nem a si mesma, isso faz parte de sua personalidade, é normal e não deve ser coibido.
Agora, se ela é instável demais e repentinamente oscila entre a euforia e a depressão, a apatia e a hiperatividade, se nada justifica seu estado de excitação e euforia, a falta de sono, a empolgação e há casos de transtorno afetivo bipolar ou mesmo de depressões decorrentes na família, os pais devem procurar ajuda.

O problema, porém, é o risco de encontrar apenas quem dê explicações lógicas para o comportamento da criança. A lógica pode explicar muita coisa, mas nem tudo o que é lógico é normal. As professoras e orientadoras explicam o que acontece na escola e a própria dinâmica familiar serve de explicação para o comportamento infantil. Por isso, é sempre recomendado consultar um pediatra e ou psicólogo, embora infelizmente muitos ainda não estejam preparados para reconhecer os sintomas do transtorno. Na verdade, entre a manifestação dos primeiros sinais e o diagnóstico, às vezes, transcorrem mais de 10 anos.

Na adolescência, o quadro clínico costuma surgir a partir dos 15 anos e tem características muito diferentes das que se observam na infância. O pico de incidência, porém, ocorre entre 18 e 25 anos.
É nesse período que, em geral, eles estão sob maior estresse, mais inseguros e indefinidos, violentamente bombardeados pelos hormônios. É também nesse período da vida que se expõem mais a comportamentos de risco, a sexualidade explode e as drogas o seduzem. É nesse período, portanto, que fatores ambientais, constitucionais e genéticos interagem favorecendo a eclosão do transtorno bipolar.
Nessa fase, o diagnóstico é mais fácil, porque se trata de um quadro mas clássico e evidente.

É na infância que a dificuldade se acentua. A tendência é reprimir a criança, tentar educá-la à força ou atribuir a responsabilidade por seu comportamento inadequado aos pais, aos irmãos, à escola ou aos amigos. O caso se complica ainda mais porque não se tem certeza de que tais quadros de transtorno sejam biologicamente equivalentes, isto é, se o aparecimento na infância é simplesmente a manifestação precoce de uma patologia que iria acontecer mais tarde no adolescente ou no adulto, ou se é algo mais intrincado do ponto de vista neurofisiológico.

É importante observar que o transtorno afetivo bipolar pode aparecer pela primeira vez em qualquer idade: na criança, no adolescente, no adulto ou no idoso. Independentemente da idade, quanto mais rápido o TAB for diagnosticada, menos irá interferir na estruturação da personalidade das crianças, no caráter do adolescente, nas relações profissionais e familiares do adulto e na imagem do indivíduo com mais idade

Antes de tudo é preciso combater o medo, porque é ele que aparece primeiro. Depois, é tentar não agir agressivamente contra a pessoa na fase de euforia. Se os familiares não estiverem inseguros e temerosos, poderão convencê-la a procurar atendimento para um diagnóstico diferencial, a fim de eliminar possíveis causas imediatas da doença.

No Brasil, existe a ABRATA, Associação Brasileira de Transtornos Afetivos, que tem site na internet http://www.abrata.org.br/. Essa associação congrega familiares, amigos e portadores de transtorno do humor, tanto o da depressão quanto o bipolar, e é importante na medida em que procura trocar informações e fornecer elementos inclusive para os profissionais de saúde mental sobre a natureza e tratamento adequado da doença.

CHECK LIST

Não existem testes padronizados para transtorno afetivo bipolar, mas esta lista, adaptada do livro The Bipolar Child, pode ajudá-lo a reconhecer alguns sinais de alerta.
Assinale os comportamentos que seu filho atualmente apresenta ou apresentou no passado. Se você assinalar mais de 20 itens, ele deveria ser examinado por um profissional da área.
Seu filho:
1- Fica aflito demais quando separado da família;
2- Demonstra ansiedade ou preocupação excessiva;
3- Tem dificuldade para levantar-se pela manhã;
4- Fica hiperativo e excitável à tarde;
5- Tem sono agitado ou dificuldade para conciliar o sono;
6- Tem terror noturno ou acorda muitas vezes no meio da noite;
7- Não consegue concentrar-se na escola;
8- Tem caligrafia pobre;
9- Tem dificuldade em organizar tarefas;
10- Tem dificuldade em fazer transições;
11- Reclama de sentir-se aborrecido;
12- Tem muitas idéias ao mesmo tempo;
13- É muito intuitivo ou muito criativo;
14- Distrai-se facilmente com estímulos externos;
15- Tem períodos em que fala excessiva e muito rapidamente;
16- É voluntarioso e recusa-se a ser subordinado;
17- Manifesta períodos de extrema hiperatividade;
18- Tem mudanças de humor bruscas e rápidas;
19- Tem estados de humor irritável;
20- Tem estados de humor vertiginosamente alegres ou tolos;
21- Tem idéias exageradas sobre si mesmo ou suas habilidades;
22- Exibe um comportamento sexual inapropriado;
23- Sente-se facilmente criticado ou rejeitado;
24- Tem pouca iniciativa;
25- Tem períodos de pouca energia, ou alheamento, ou se isola;
26- Tem períodos de dúvida sobre si mesmo ou de baixa estima;
27- Não tolera demoras ou atrasos;
28- Persegue obstinadamente suas próprias necessidades;
29- Discute com adultos ou é mandão;
30- Desafia ou se recusa a cumprir regras;
31- Culpa os outros por seus erros;
32- Enerva-se facilmente quando as pessoas impõem limites;
33- Mente para evitar as conseqüências de seus atos;
34- Tem acessos de raiva ou fúria explosivos e prolongados;
35- Tem destruído bens intencionalmente;
36- Insulta cruelmente com raiva;
37- Calmamente faz ameaças contra outros ou contra si mesmo;
38- Já fez claras ameaças de suicídio;
39- É fascinado por sangue ou coágulos;
40- Já viu ou ouviu alucinações.

domingo, 5 de agosto de 2012

Documentário: Meu filho bipolar

Meu filho bipolar, o emocionante documentário que o Discovery Home & Health apresentou com relatos de quatro famílias, cujos filhos foram diagnosticados com transtorno bipolar.
 Os casos incluem uma mãe solteira cujo filho, Chase, de 7 anos, já foi internado seis vezes por mais de 150 dias; uma avó que cria quatro netos com diagnóstico de transtorno bipolar; uma menina chamada Samantha, que foi diagnosticada aos 3 anos de idade; e Kelsey, uma pré-adolescente que enfrenta suas oscilações de humor com coragem diante das crescentes pressões sociais na escola.
O programa apresenta as diferenças e também as semelhanças entre as crianças que sofrem da doença, e os tratamentos para cada caso, que se baseiam em uma mistura de remédios estabilizadores e drogas antipsicóticas.
Links para assistir na integra:

 Parte 1   http://youtu.be/O4bkRrCT-nU
Parte 2    http://youtu.be/TW4SaxfJJAk
Parte 3   http://youtu.be/7CbrQq7x_Fk