quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

TDAH - GUIA PARA PROFESSORES:

Os professores são peças fundamentais no processo de aprendizagem dos alunos, portanto merecem um capítulo à parte quando o assunto é o tratamento do TDAH.
Neste capitulo, vou comentar sobre estratégias a serem adotadas em sala de aula para melhorar a capacidade atencional e diminuir os prejuízos decorrentes de comportamentos hiperativos, facilitando, assim, a aprendizagem. O interessante disso tudo é que as estratégias podem ajudar a todos. Tanto alunos com TDAH podem se beneficiar dessas estratégias, como alunos portadores de outros problemas comportamentais e também aqueles que não apresentam problema algum.
DICAS PARA OS PROFESSORES
1- Estabeleça rotinas: Mantenha a sala de aula organizada e estruturada. O estabelecimento de uma rotina diária em sala de aula facilitará o entendimento e a aprendizagem de todas as crianças. Estimule o aluno a limpar sua mochila semanalmente e a mantê-la organizada também.
2- Crie as regras da sala de aula: Regras claras e objetivas ajudam na manutenção da disciplina em sala de aula. Essas regras podem ser fixadas em um painel localizado em local de fácil visualização pelos alunos. Consequências negativas por quebra das regras também podem ser fixadas no painel, assim como consequências positivas (prêmios) por comportamentos assertivos.
3- Agenda escola-casa: Trata-se de uma estratégia comumente usada pelos professores. Através dela, informações importantes poderão ser trocadas sobre o comportamento do aluno em sala de aula, no recreio escolar, ou sobre a execução de deveres de casa e atividades. Enfim, pais e professores poderão manter um canal de comunicação para saber como está a criança ou adolescente.
4- Sentar na frente na sala de aula: Será mais fácil monitorar e ajudar o estudante com dificuldade nos estudos e com um comportamento desatento ou hiperativo sentando-o na frente na sala de aula, próximo ao quadro e ao professor. Isso irá facilitar o controle e manejo e comportamentos inadequados em sala de aula, além de permitir que o professor faça intervenções ou elogie boas atitudes desse aluno.
5- Matérias mais difíceis no início da aula: Não apenas os portadores de TDAH, mas todos os estudantes estão mais aptos à aprendizagem no início do horário letivo. Portanto, as disciplinas mais difíceis podem ser “privilegiadas” nesse momento, com maiores chances de serem assimiladas, enquanto no final do dia todos estão mais cansados, e os conteúdos mais difíceis podem ser ensinados nesse momento.
6- Pausas regulares: Todos nós possuímos uma determinada capacidade para permanecermos atentos. Isso significa que após um determinado tempo, nossa capacidade atencional diminui muito, assim como nosso desempenho. Portanto, permitir pausas regulares entre as atividades é uma conduta importante para que os alunos possam relaxar por alguns minutos.
7- Ensine técnicas de organização e estudo: Normalmente, crianças e adolescentes apresentam dificuldade para se organizar e planejar os estudos. Se esses estudantes forem portadores de TDAH será ainda maior. Portanto, o professor pode exercer um papel importantíssimo no estabelecimento de técnicas de organização para favorecer o estudo em casa.
8- “Tempo extra” para responder às perguntas: Por que não? Estamos lidando com um aluno que apresenta dificuldade no controle da atenção, desorganizado, mas que se conseguir um tempo extra, pode atingir os objetivos propostos pelo professor. Logo, permitir um tempo extra para responder às perguntas propostas durante a aula ou durante a prova pode e deve ser realizado.
9- Questione sobre dúvidas em sala de aula: O professor deve questionar o portador de TDAH, assim como outros estudantes dificuldades acadêmicas, sobre dúvidas em sala de aula. Isto ajudará na assimilação de conceitos e favorecerá a atenção do aluno.
10- Estimule e elogie: Portadores de TDAH comumente apresentam baixa autoestima, pois estão constantemente recebendo críticas, podendo se tornar desestimulados com a escola. Elogiando e estimulando seu esforço, o aluno se sentirá valorizado, sua autoestima será protegida e teremos grandes chances de observar um crescimento acadêmico. Estimule o aluno com palavras de incentivo. Faça cartazes para serem colocados no mural de recados com as regras do bom comportamento, recompensas por bom comportamento e consequências pelo desrespeito às regras.
11- Premie o bom comportamento em sala de aula: Também chamado de esforço positivo. Essa estratégia visa a estimular que comportamentos assertivos sejam potencializados e o interesse pelos estudos aumente, promovendo a melhoria do desempenho acadêmico de todos. Implemente um programa com pontuação e recompensas por bom comportamento, também chamado de economia de fichas. Você pode escrever um contrato entre você e o aluno em que ele concorde em realizar seus trabalhos de sala e associar-se a uma premiação em caso de sucesso. Ao final do capítulo há exemplos de premiações em sala de aula.
12- Traga a aula para o dia a dia do aluno: Temos mais um fator para a melhoria acadêmica de qualquer estudante: a motivação. Muitas crianças e adolescentes encontram dificuldade em entender a necessidade de algumas disciplinas. Portanto, a contextualização da matéria ensinada pode ser uma boa alternativa para atrair o interesse do aluno. A matemática será muito mais interessante caso o aluno aprenda a utilizá-la concretamente em sua rotina diária. O português pode envolver a utilização de recortes de jornais e revistas, assim como geografia e história. Enfim, existem inúmeras formas de tornar as disciplinas interessantes para os alunos. Ao final do capítulo, há orientações sobre estratégias para atrair a atenção do aluno em sala de aula.
13- Seja simpático: Costumo me lembrar de meus professores do colégio e os melhores eram sempre aqueles dinâmicos, extrovertidos, que se movimentavam em sala de aula, motivadores, engraçados e que chamavam os alunos pelos nomes. Oscile a entonação e o volume de voz para atrai a atenção. O professor pode ser um excelente modelo de comportamento para seus alunos. Portanto, seja empático!
14- Dividir trabalhos por partes: Uma vez que crianças e adolescentes com TDAH apresentam dificuldade na organização para a execução de trabalhos escolares, ensiná-los a dividir em várias etapas pode ser uma grande estratégia para facilitar a resolução e a conclusão, tornando o trabalho menos exaustivo.
15- Agenda e lista de atividades diárias: Atualmente nossas crianças e adolescentes têm muitas atividades. São aulas particulares, aulas de inglês, futebol, judô etc. Bem, ensiná-los a utilizar uma agenda ou uma lista de atividades diárias pode auxiliar muito na organização e no planejamento de seu tempo.
16- Leitura sobre os transtornos comportamentais: Professores devem ter algum conhecimento técnico sobre os problemas comportamentais escolares. Portanto, leia bastante sobre o TDAH e outras condições comportamentais que acometem crianças e adolescentes.
17- Seja assertivo: O professor é figura central e modelo de aprendizagem para seus alunos, portanto seja assertivo em suas colocações. Evite críticas, pois o aluno com TDAH normalmente apresenta um prejuízo muito grande em sua autoestima. Prefira elogios, mas caso a crítica seja necessária, converse separadamente com o aluno para evitar expor suas dificuldades acadêmicas e comportamentais aos outros estudantes.
18- Esteja alerta e antecipe problemas: Muitas vezes as mudanças comportamentais dos alunos seguem um padrão. Identificando precocemente esse padrão de comportamento, professores podem antecipar situações problemáticas, como por exemplo: sempre que um aluno começa a levantar da carteira, outros o seguem e em segundos todos estão conversando e dispersos. O professor pode se antecipar e combinar que será permitido que o aluno se levante da carteira após os exercícios terem sido concluídos e com sua autorização. Lembre os alunos sobre o comportamento esperado para essa ou aquela atividade em sala de aula.
19- Faça contato visual: Olhe nos olhos de cada aluno e chame-os pelo nome para atrair e captar a atenção. Dessa forma os estudantes estarão mais alertas e atentos às suas orientações e ensinamentos.
20- Utilize a internet: Alunos que apresentam dificuldade na cópia em sala de aula podem se beneficiar da colocação de textos e de deveres de casa na internet ou na distribuição de materiais impressos pelo professor.
21- Estimule a prática de esportes: A prática de atividade física deve ser estimulada sempre. Aí entra com maior ênfase o papel do profissional de educação física. Crianças e adolescentes com TDAH comumente apresentam dificuldades de relacionamento social e são estabanadas nas atividades físicas. Esportes coletivos são excelentes ferramentas para estimular a socialização, melhorar a autoestima, além de ensinar sobre a importância do trabalho em equipe, do respeito às regras, de seguir uma hierarquia de comando e de respeitar a autoridade do professor.
Sugestão de premiações escolares:

- Ser o “ajudante” do professor;
- Apagar o quadro;
- Escrever no quadro;
- Buscar equipamento para a aula;
- Sair para beber água;
- Ponto positivo na média;
- Elogio verbal;
- Elogio no caderno;
- Elogio no caderno de comunicação com os pais.

Estratégias para atrair a atenção do aluno em sala de aula:

- Acenda e apague as luzes da sala de aula;
- Diga frases do tipo: “Atenção, todo mundo!”, “Vamos lá, turma!”;
- Bata palmas;
- Utilize giz ou marcadores coloridos no quadro;
- Faça contato visual durante todo o tempo com os alunos, especialmente com os mais desatentos.
- Utilize recursos multimídia, como computadores, retroprojetores, vídeos, músicas e internet.
Texto do livro “Desatentos e Hiperativos – Manual para alunos, pais e professores”, editora Best Seller).

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Pais de crianças com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) precisam apoiá-las. Veja dicas de como ajudá-las no dia-a-dia.

• Use um sistema de recompensas e consequências para a mudança de comportamento de seus filhos, respondendo imediata e positivamente para comportamentos que devem ser incentivados e ignorando os que devem ser desencorajados.

• Se a criança estiver agitada por muito tempo, coloque-a sentada sozinha até que ela se acalme.

• Compartilhe atividades agradáveis e relaxantes.

• Gerencie o próprio estresse, respondendo calmamente.

• Mantenha a mesma rotina diariamente. Inclua tempo para trabalhos de casa e brincadeiras. Mantenha as tarefas afixadas à geladeira ou em um quadro de avisos e escreva as alterações no calendário com antecedência.

• Mantenha itens de uso diário, como roupas e brinquedos, organizados: cada coisa em seu respectivo lugar.

• Use agendas para anotar deveres de casa e organize o material escolar, como cadernos e livros. Acostume a criança a anotar os deveres na agenda, assim como o que deve ser levado à escola.

• Use o sistema de recompensas por pontos. Para cada dever de casa cumprido ou material separado corretamente, a criança ganha um ponto. Mas ela também os perde se não cumprir com o combinado.

• Seja claro. Crianças com TDAH precisam de regras consistentes que possam compreender e seguir.

• Não brigue. A mistura de pais estressados com uma criança com TDAH é explosiva!

• Ao conversar, mantenha o contato visual, pergunte se ela está entendendo ou peça para repetir o que você disse.

• Desenvolva os talentos. Estimule atividades extraescolares e procure saber se ele ou ela tem algum talento especial. Crianças hiperativas têm muita criatividade, espírito lúdico e disposição nas tarefas que lhes agradam.

• Estimule a amizade. Ajude a criança a fazer amigos com atividades estruturadas, por tempo limitado e com um só amigo.

• Elogie ou recompense quando as regras são seguidas. Crianças com TDAH esperam receber respostas às suas ações. Incentive o bom comportamento, elogie, seja carinhoso

domingo, 8 de janeiro de 2012

Xixi na cama: normal até quando?

Se o seu filho costuma sofrer com esse problema, veja como lidar com a situação para poder ajudá-lo :
O incômodo de acordar com a cama molhada é comum na infância, até os cinco anos, fase em que o mecanismo urinário ainda está amadurecendo. No entanto, ele se torna um problema – conhecido como enurese noturna - quando a criança continua encharcando o lençol depois dessa idade.

“Os motivos que levam o pequeno a fazer xixi na cama são vários. Existem causas físicas, como disfunções hormonais, alterações anatômicas ou neurológicas e infecções no trato urinário, hereditárias ou psicológicas”, conta o pediatra Jairo Len, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria. Por isso, se o seu filho tem molhado os lençóis durante a noite, o melhor é acompanhar a evolução do quadro. Se o problema persistir, converse com o pediatra. “Diante dos sintomas e com base em exames, ele vai avaliar se há algum fator físico que cause a enurese e recomendar o tratamento mais adequado. Além disso, o profissional poderá orientar os pais sobre qual a melhor conduta a adotar, sobretudo se a questão for motivada pelo fator psicológico”, explica Jairo. 

Emoções no limite:

“É importante, ainda, que os pais observem se houve alguma mudança na rotina que possa ter desencadeado algum tipo de insegurança na criança”, conta a psicóloga Carmen Alcântara. “Situações como a mudança de escola ou a chegada de um irmãozinho podem deixá-la ansiosa e tensa. Se ela tem dificuldade para expressar seus medos e angústias, pode usar o xixi para comunicar os sentimentos", observa. Nesse caso, é essencial não transformar o fato em mais conflito. "Muitos pais não têm paciência e até punem o filho. Essa é uma atitude incorreta, pois as brigas deixam o pequeno ainda mais inseguro, o que só agrava o problema", lembra Carmen.

O ideal é dar pouca importância ao xixi e muita atenção à criança. Sentir-se culpada é o que ela menos precisa nesse momento. Converse bastante e crie situações em que ela possa expressar seus sentimentos e desabafar.
É preciso ajudar
A enurese noturna pode prejudicar, e muito, a autoestima do pequeno. “Ele acaba evitando as atividades sociais, como dormir na casa de um amiguinho ou viajar com a escola, e fica isolado e entristecido com a situação”, diz Carmen. Por isso, os pais devem ajudá-lo a enfrentar o problema com carinho e companheirismo. “Uma maneira descontraída e eficiente para motivar a criança é adotar o uso de um calendário (conhecido como Tabela de Reforço Positivo). Toda vez que ela acordar e perceber que não fez xixi na cama, marcará com carinhas felizes ou estrelinhas a data dessa conquista. A cada semana vencida, sem molhar os lençóis, ganhará uma lembrança dos pais”, ensina a psicóloga.

E siga estes conselhos:

- Não castigue a criança. Tenha paciência e lembre-se: ninguém faz xixi na cama porque quer!

- Procure recompensar o esforço que ela faz ao tentar controlar a micção.
- Estimule-a a ir ao banheiro antes de dormir.

- Controle a ingestão de líquidos nas horas que antecedem o sono.

- Aproxime-se ainda mais do seu filho, dê muito carinho e atenção para que ele se sinta seguro e tranquilo.

Matéria: Portal Vital