sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Ídolos e adolescência


Quando um adolescente idolatra algum artista está buscando uma forma de se indentificar com alguém. Mostrando que este ídolo é em parte um pouco como gostaria de ser. Isso acontece porque sua identidade ainda não está formada. Os pais nunca devem ridicularizar ou fazer gozações sobre o artista que seu filho(a) gosta e sim procurar conhecer do assunto para ao mesmo tempo conhe

cer um pouco mais de seu própio filho(a). É saudável e natural que seu filho(a) queira ouvir um cd várias vezes, comprar diversas revistas, espalhar pôsteres na parede e querer conhecer o ídolo de perto. É uma fase passageira assim como quando eram crianças assistiam o mesmo desenho animado da disney infinitas vezes.
Muitas vezes os pais ficam desesperados achando que os filhos pensam no ídolo o tempo todo e que deveriam arrumar uma outra ocupação e pensar no futuro. Acham que os filhos não querem crescer e que esta fase não terminará nunca. Depois de alguns anos seu filho se lembrará desta fase como uma coisa gostosa que passou e até achará engraçado ter curtido determinada banda e sua filha estranhará o fato de ter se apaixonado por determinado artista a ponto de achar que queria se casar com ele.
Então sem preocupação! Deixe seus filhos curtirem este momento.

domingo, 11 de novembro de 2012

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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Coleção de livros super bacana para os pré- adolescentes.




Escrito pela jornalista Bernadette Costa-Prades em parceria com a psicóloga Emmanuelle Rigon, o manual aborda assuntos diversos de forma clara e direta. Há espaço para questões cotidianas que envolvem a família e a escola, comportamento sexual, autoestima, relação com as outras meninas e a eterna guerra dos sexos, que na pré-adolescência atinge o auge da contradição (não deve ser à toa que o capítulo “Eu acho que os meninos são uns completos idiotas...” é seguido por “Estou apaixonada por ele, mas tenho vergonha de confessar...”). Tudo isso tratado com naturalidade, bom senso e, principalmente, respeito aos sentimentos e à inteligência da garotada.
Com linguagem leve e acessível, o livro traz dicas práticas e ilustrações bem-humoradas para facilitar o dia a dia das meninas. Na seção “Agora é com você”, os autores sugerem pequenas ações que podem trazer grandes resultados para cada situação. No fim de cada capítulo, tem ainda uma “Dica legal” para arrematar o que foi dito e reforçar a confiança das leitoras. O resultado é um livro completo, divertido, fácil de ler, que pode ser consultado a qualquer hora não só pelas meninas, mas também por pais, mães ou qualquer pessoa que queira entendê-las melhor.





 Escrito pela jornalista Bernadette Costa-Prades em parceria com Jacques Arènes, psicólogo, psicanalista e pesquisador. Aborda assuntos como:
Você às vezes tem vontade de quebrar tudo? Sente-se raquítico junto dos outros? Todos os seus amigos têm namorada e você não? Está convencido de que seus pais prefeririam ter tido menina ao invés de menino? Bom, você deve estar pensando que o normal é guardar essas perguntas lá dentro do seu coração, como segredos. Não, você está errado! Informar-se sobre o assunto é a melhor saída. Todos os seus colegas também vivem essas mesmas situações. Esse é um livro que dará muitas dicas legais para driblar com inteligência pequenos aborrecimentos e grandes problemas.


  Escrito por Bernadette Costa-Prades em parceria com
Catherine Mathelin psicanalista.
Insegurança, medo, culpa, cobranças, ciúme do irmão mais novo (ou mais velho). Esses são apenas alguns dos fantasmas que atormentam a vida familiar e, principalmente crianças e adolescentes, que são tratados de forma clara, objetiva e muito bem-humorada pelas autoras. Ensina a garotada a lidar com os problemas do dia-a-dia de forma clara e ponderada, garantindo uma relação saudável, sincera e afetuosa com os pais. Dividido por temas, cada capítulo aborda um assunto diferente. Há espaço para questões cotidianas como "Não tenho mais vontade de ir à casa de meus avós", as brigas com os irmãos e as cobranças escolares, até outras mais delicadas como "Eu sinto que sou uma decepção para eles...", o divórcio dos pais e a morte de parentes, por exemplo. E tudo é tratado com a devida importância, afinal, o sentimento da criança, seja ele qual for, é sempre legítimo e merece ser ouvido.




Escrito pele jornalista Bernadette Costa-Prades em parceria com o psiquiatra infantil e psicanalista Roland Beller. O título é um guia repleto de soluções inteligentes e bem-humoradas para que alunos e alunas possam passar, sem quaisquer sobressaltos, pela época do colégio, que ocupa a maior parte de nossas vidas antes de virarmos adultos, mostrando como aproveitar bem esta fase de aprendizado e crescimento.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Crescer - NOTÍCIAS - Mães superprotetoras deixam os filhos ansiosos, diz pesquisa

Crescer - NOTÍCIAS - Mães superprotetoras deixam os filhos ansiosos, diz pesquisa

Melhorando a caligrafia

Muitas crianças, adolescentes e até mesmo adultos tem muita dificuldade em caligrafia. Reclamações de que a letra não é boa são constantes. Descobri um aparelho que muitos de meus pacientes vem usando que se chama orthogiro e que é de grande eficácia para melhorar coordenação motora e consequentemente a letra. Este aparelho faz parte de um curso de ergonomografia criado por um engenheiro  civil Dercy Valentim Guaitoli para melhorar sua própria letra e que está disponível para impressão no site:Caligráfia Grátis .
Vale a pena tentar.

sábado, 22 de setembro de 2012

Diálogo

Muito se fala em diálogo, mas cada dia que passa as pessoas parecem usar menos esse recurso tão útil na resolução de problemas, na execução de tarefas em grupo e, por que não, na educação das crianças.
Alguns pais acham um absurdo a ideia de sentarem para conversar com os filhos. Pensam que precisam apenas dar as ordens, e as crianças precisam apenas obedecer. Outros concordam que o diálogo é importante, mas acabam utilizando esse recurso de forma errada, cansativa ou agressiva, fazendo com que os filhos tenham pouco ou nenhum interesse em gastar tempo conversando com seus pais. Uma minoria é feliz em utilizar o diálogo na educação das crianças. Eu conheço pessoas que fazem parte dessa minoria, e posso afirmar, essa estratégia funciona.
Mais do que explicar alguns dos motivos pelos quais a criança deve agir de uma forma e não de outra, o diálogo é um recurso importante na criação do vínculo afetivo entre pais e filhos. É nos momentos de conversa que a criança aprende a dividir suas angústias e alegrias com os pais, e descobre se os pais estão interessados em saber o que se passa em sua vida. Parte da confiança que a criança desenvolve em seus pais está relacionada à qualidade do diálogo que existe entre eles – “Se meus pais se importam com o que eu penso e sinto, eles querem o melhor para mim”.
É certo que para cada faixa etária existe um limite de compreensão dos porquês, mas explicar aos filhos os motivos pelos quais devem ou não agir, faz com que a criança tenha razões para fazer o que os pais estão orientando. Se aquilo que é possível de se explicar for conversado com a criança, no momento em que não for possível explicar algo ela confiará nos pais, pois até ali eles têm se preocupado e dar-lhe a melhor orientação.
Outro aspecto importante do diálogo diz respeito ao fato de que nem tudo que é óbvio para o universo adulto está tão claro no universo infantil. Às vezes as crianças são reprovadas por atitudes inadequadas que elas não sabem que são inadequadas. Elas não nascem conhecendo o mundo que as cerca e suas normas e valores. Elas precisam aprender essas coisas, e o lar é o primeiro ambiente de aprendizagem. Antes de punir a criança por uma atitude inadequada é preciso pensar se foi dado a ela chance de conhecer que aquilo não é certo. Essa comunicação de como se deve agir, que valores se deve ter, também são passadas por meio do diálogo.
Por fim, é no diálogo que estabelecem-se os acordos – se o comportamento for esse, a conseqüência será essa. A forma como os acordos são feitos (se a criança pode ou não opinar, se há flexibilidade ou intransigência, etc.), em si, já atua na transmissão de valores como justiça, respeito e honestidade.
É certo que alguns pais, em sua infância, não tiveram a oportunidade de dialogar com seus pais. Isso faz com que eles sintam-se inseguros quanto a como fazer isso com seus filhos. O segredo é experimentar e se preciso buscar ajuda profissional. Ninguém nasce sabendo. Nem os pais!

A turma do "Eu me acho"


Muitos adolescentes e jovens, hoje, possuem sua autoestima comprometida. Alguns sofrem com uma baixa autoestima, que muitas vezes se associa a alguns transtornos mentais. Outros, sofrem com algo que costumo chamar “ego inflado”, que traz também uma série de consequencias ruins. Parece que a luta contra a baixa autoestima, unida a outros fatores, têm produzido um novo extremo problemático.
Jovens e adolescentes com o “ego inflado” não sabem ouvir “não”, não suportam frustrações, não possuem habilidades suficientes para enfrentar dificuldades e desafios sozinhos. São pessoas que, em maior ou menor grau, não se importam em obedecer as leis, que não possuem habilidades para conviver bem com as pessoas, e que não toleram receber ordens.
 Muito interessante a matéria da Revista Época sobre a turma do"Eu me acho" é para os pais pensarem um pouquinho na diferença entre um elogio merecido e aplausos desnecessários o tempo todo.
 Segue link para matéria:

http://revistaepoca.globo.com/ideias/noticia/2012/07/turma-do-eu-me-acho.html




terça-feira, 4 de setembro de 2012

Transtorno Obsesivo Compulsivo na Infância (TOC)

Crianças são cheias de manias. Você bem sabe disso. Só que essa característica também está ligada a quem tem o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Para diferenciar o que é próprio da fase do seu filho ou um problema é preciso observar a frequência em que essas manias acontecem. Ou seja, quando a criança simplesmente não consegue deixar de fazê-las e sofre com isso. Mas lembre-se: só um especialista pode dar o diagnóstico. Nem tudo é TOC.

O TOC tem idade para começar?
Geralmente, começa na adolescência, mas pode aparecer na infância também, entre 6 e 8 anos, em média. Essa é justamente a fase em que a criança começa a ser ver como indivíduo e parte de uma sociedade. Até então, ela achava que era uma extensão dos outros ao seu redor. E para esse amadurecimento natural é comum que ela adote certos rituais e apresente pensamentos obsessivos. Por exemplo: as crianças costumam temer muito a morte da mãe, então, elas coçam o nariz três vezes para protegê-la, ou só andam nas pedrinhas brancas quando estão na rua. Essas pequenas manias fazem parte do crescimento. O problema está quando, junto com elas, vem um alto nível de ansiedade - e o que era só esporádico vira rotineiro e passa a atrapalhar a socialização -, como aquela criança que não consegue ir para a casa de um amigo porque tem medo de deixar a mãe sozinha e algo de ruim acontecer com ela.

Como diferenciar manias de TOC?

O TOC traz sofrimento. A criança não consegue deixar de repetir aquele ritual, e isso compromete a sua vida na escola, com a família, os amigos. É importante prestar atenção no seu filho e ver se aquelas manias típicas da infância não ultrapassam a linha do que é saudável ou não. Uma criança que tem pavor de se sujar, e precisa trocar de roupa imediatamente, e aquela que arruma o quarto de um modo que, se alguém mexer, ela se tornará explosiva, são casos que merecem atenção. Outro exemplo são aquelas que não admitem um erro: se escrevem uma palavra com a grafia incorreta, não são capazes de passar a borracha no caderno, arrancam a folha e começam tudo de novo. Mexer sistematicamente em machucados, arrancar as casquinhas ou fios de cabelo e pêlos da sobrancelha. Tudo isso pode ser indício de TOC. Mas essas coisas têm de envolver sofrimento, porque as crianças simplesmente não conseguem não fazer.

O TOC em crianças acontece da mesma forma que nos adultos?
Nas crianças há o agravante de que elas ainda vivem em um mundo permeado por fantasia. Isso quer dizer que elas realmente acreditam que, se não ficarem o dia todo monitorando a mãe pelo celular, ela poderá morrer. O adulto, por outro lado, tem consciência de que os seus rituais não são lógicos, apesar de ambos não conseguirem controlá-los. Até por isso é mais fácil o diagnóstico nas crianças. Por mais que elas não falem abertamente sobre a questão, elas dão muito mais indícios. Já os adultos se sentem constrangidos e geralmente escondem o problema.

Como o transtorno é desencadeado?
É preciso ter uma predisposição genética para desenvolver TOC e algum fator que o desencadeie. Nas crianças, pode ser um estresse prolongado (que dure entre 1 e 2 anos), como a separação complicada dos pais, algum parente com uma doença séria, o bullying na escola. Crianças com essa carga genética também serão mais perfeccionistas e extremamente controladoras. Porém, o mais importante não é descobrir o que desencadeou o TOC, mas sim tratá-lo.

E como é o tratamento?
O TOC é o transtorno que mais mexe com a taxa de serotonina, uma espécie de antidepressivo cerebral. Funciona assim: quanto mais baixo o nível de serotonina, maior a incidência de pensamentos negativos e obsessivos. Então, o primeiro passo é procurar um médico, já que o problema não melhora espontaneamente. O tratamento é medicamentoso e psicoterápico. Remédios para controlar a taxa de serotonina e terapia para expor a criança ao objeto de obsessão ou a situações que antes ela achava catastrófica – o objetivo é que ela perca completamente o medo e bloqueie o ciclo de pensamentos ruins. Por isso, os pais não podem ter preconceito em dar remédio para os filhos. No livro, uma mãe diz em seu depoimento que foi muito difícil a decisão de dar medicamentos psiquiátricos para o seu filho, mas, no fim, ela percebeu que era como se ele tomasse remédios para o coração, por exemplo. Ele teria que conviver com aquilo. Tratar o TOC na infância abre uma possibilidade enorme de que na idade adulta, fase mais crítica, o transtorno fique em um grau mais leve.

Fonte: revistacrescer.globo.com

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Imposição de limites impede que a criança se torne um reizinho mandão


  Crianças birrentas podem levar os pais à loucura. Choram para conseguir coisas, são malcriadas, não guardam os brinquedos e ainda atormentam a rotina da casa. Ao menor sinal de não verem seus desejos atendidos, agem como verdadeiros manipuladores e atacam os pontos frágeis dos pais. A boa notícia é que este comportamento pode ser revertido em qualquer idade, depende mais dos adultos do que dos pequenos.
Não é milagre e tampouco um processo simples e rápido. Só com muita paciência você vai fazer o seu filho entender que o mundo não foi feito somente para atendê-los. "A criança tem que aprender a lidar com a frustração desde pequena. No começo, a mãe sempre a atende e, com o passar do tempo, ela acha que vai continuar assim. A hora que a mãe não pode, os bebês costumam estranhar e passam a chorar. Se a mãe larga tudo e vai ao socorro, a criança entende que tudo funciona na base do choro".
Atenção, isso não significa que você vai deixar o seu bebezinho largado no berço esperneando, mas que vai ficar atenta se é uma necessidade, como mamar ou porque precisa trocar a fralda, ou se ele apenas quer colo. Na segunda hipótese, você pode atender, mas não precisa ser imediatamente caso esteja ocupada.
"A criança precisa de limites desde cedo para não se tornar um reizinho mandão. Os pais devem conversar e explicar as coisas mesmo que achem que os filhos não entendem. Outro ponto importante é manter um discurso coerente para não confundi-la, ou seja, explicar os motivos pelos quais aprovam ou desaprovam suas atitudes".
Com o passar do tempo, os pequenos passam a entender melhor as limitações e podem se tornar educadíssimos fora de casa por limitações sociais e da escola, mas são completamente tiranos com os pais. "Os pais devem perceber que precisam impor respeito com muita conversa e bons exemplos para eles seguirem. Para dizer não, os pais tem que amar muito".
É nessa hora que entra em ação explicações mais duras e convincentes. "Se os pais estiverem inseguros sobre a educação, os filhos percebem e passam a dominar a casa porque pensam que os pais são fracos".
Não há limite de tempo para colocar os limites e transformar crianças birrentas em seres compreensivos (claro, de acordo com a idade e capacidade), mas o processo deve começar desde cedo com inteligência e certeza do caminho educacional a ser seguido. Dizer um não pode render cara feia, mas garante que a criança vai entender que não é possível ter tudo e que vai se comportar sempre com educação. Bom senso e perspicácia na infância garantem adultos seguros e conscientes.

domingo, 19 de agosto de 2012

SENTIMENTO DE CULPA DOS PAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS

 O sentimento de culpa dos pais em relação aos filhos atrapalha muito na imposição de limites e educação das crianças. Criando uma criança tirana que manda e escolhe pelos pais.
  Programa série filhos:

http://youtu.be/UjN0bsZr8p8

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A IMPORTÂNCIA DA ROTINA

Queixas tais como: "meu filho fica até alta madrugada conversando pelo computador, depois não consegue levantar para ir à escola"; "meu filho nem toma conhecimento das lições de casa"; "meus filhos estão engordando muito,só comem o que querem";"eu tenho uma filha que quer brincar o dia todo na escola, tenho recebido reclamações" etc.
Dei-me conta de que era rotina ouvir essas queixas, tanto no consultório quanto no convívio social. Críticas sobre a falta de regras, de disciplina, de organização, ou seja, sobre a absoluta falta de rotina da geração dos “filhos da democracia, da ruptura da família tradicional e da era digital”, parafraseando a jornalista Rita Loiola.

Parece que os jovens de hoje estão sendo educados com o conceito de que a rotina é algo nefasto e enjoativo, que deve ser evitado a qualquer custo. Poucos parecem perceber que, na verdade, a rotina é o sustentáculo da própria liberdade – porque só através da dedicação paciente e contínua que o ser humano pode explorar adequadamente suas potencialidades. A rotina é fundamental na organização da vida de cada ser, é o eixo estruturante através do qual nos desenvolvemos e nos configuramos como ser gregário que somos.

Se tomarmos o termo “rotina” por mera repetição mecânica de atos, sem consciência, realmente não teremos resposta mais adequadas dos jovens. Assim, vejamos a rotina como atos introjetados através de experiências de vida, erros, acertos e descobertas. Durante a formação da criança, possui singular relevância a prática reiterada de hábitos a partir dos modelos paternos e sociais.

A rotina é uma organização consciente que a criança apreende desde o nascimento e que se inicia com o exemplo de ações ensinadas pelos pais, fazendo junto e cobrando suas repetições. O exercício da rotina deve ser iniciado através das práticas mais simples, tais como horários para dormir e acordar, cuidados com alimentação e higiene etc. Progressivamente, a criança é condicionada à disciplina e organização, arrumando brinquedos e objetos pessoais, até que tenha condições para selecionar a utilização do seu tempo; nessa fase, aprender a utilizar uma agenda pode ser de grande valia.

É preciso ter muita paciência. Nenhum filho incorpora com facilidade uma nova rotina. A interiorização da disciplina é um processo lento, a partir de um constante aprendizado junto aos pais, através da imposição de regras. A melhor forma de aprender ainda é através do exemplo. A criança evolui naturalmente quando entende seu papel em uma casa organizada, com regras claras de condutas constantemente explicadas e cobradas pelos pais, que ainda são os educadores por excelência dos seus filhos.

É sabido que o corpo necessita de rotina para seu funcionamento adequado. Da mesma forma, a mente precisa de tempo e calma para organizar o pensamento lógico, que reúne elementos, avalia cenários e toma decisões. O processo acadêmico, portanto, se desenvolve a partir de rotina para os estudos, de forma que basta a sua carência para comprometer significativamente o processo de aprendizagem do jovem, além de afetar sua integridade emocional. Ora, a espontaneidade nunca deixará de ser um valioso ativo – mas nada se constrói sem disciplina e organização.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Transtorno Bipolar na Infância e Adolescência

O Transtorno Afetivo Bipolar em crianças é um exemplo de doença psiquiátrica que exige seriedade no encaminhamento, pois, nessa faixa etária, a sua sintomatologia pode se apresentar de forma atípica.
Assim, ao invés da euforia seguida da depressão dos adultos, nas crianças surge a agressividade gratuita seguida de períodos de depressão. Nestas, o curso do transtorno é também mais crônico do que episódico e sintomas mistos com depressão seguida de “tempestades afetivas”, são comuns. Além disso, a mudança é rápida e poderá acontecer várias vezes dentro de um mesmo dia, como por exemplo: alterações bruscas de humor (de muito contente a muito irritado ou agressivo); notável troca dos seus padrões usuais de sono ou apetite; excesso de energia seguida de grande fadiga e falta de concentração. Esses são alguns sintomas que devem ser observados.

Se desde que nasceu, a criança apresenta um temperamento mais eufórico, é cheia de energia e criatividade, mas não perturba ninguém nem a si mesma, isso faz parte de sua personalidade, é normal e não deve ser coibido.
Agora, se ela é instável demais e repentinamente oscila entre a euforia e a depressão, a apatia e a hiperatividade, se nada justifica seu estado de excitação e euforia, a falta de sono, a empolgação e há casos de transtorno afetivo bipolar ou mesmo de depressões decorrentes na família, os pais devem procurar ajuda.

O problema, porém, é o risco de encontrar apenas quem dê explicações lógicas para o comportamento da criança. A lógica pode explicar muita coisa, mas nem tudo o que é lógico é normal. As professoras e orientadoras explicam o que acontece na escola e a própria dinâmica familiar serve de explicação para o comportamento infantil. Por isso, é sempre recomendado consultar um pediatra e ou psicólogo, embora infelizmente muitos ainda não estejam preparados para reconhecer os sintomas do transtorno. Na verdade, entre a manifestação dos primeiros sinais e o diagnóstico, às vezes, transcorrem mais de 10 anos.

Na adolescência, o quadro clínico costuma surgir a partir dos 15 anos e tem características muito diferentes das que se observam na infância. O pico de incidência, porém, ocorre entre 18 e 25 anos.
É nesse período que, em geral, eles estão sob maior estresse, mais inseguros e indefinidos, violentamente bombardeados pelos hormônios. É também nesse período da vida que se expõem mais a comportamentos de risco, a sexualidade explode e as drogas o seduzem. É nesse período, portanto, que fatores ambientais, constitucionais e genéticos interagem favorecendo a eclosão do transtorno bipolar.
Nessa fase, o diagnóstico é mais fácil, porque se trata de um quadro mas clássico e evidente.

É na infância que a dificuldade se acentua. A tendência é reprimir a criança, tentar educá-la à força ou atribuir a responsabilidade por seu comportamento inadequado aos pais, aos irmãos, à escola ou aos amigos. O caso se complica ainda mais porque não se tem certeza de que tais quadros de transtorno sejam biologicamente equivalentes, isto é, se o aparecimento na infância é simplesmente a manifestação precoce de uma patologia que iria acontecer mais tarde no adolescente ou no adulto, ou se é algo mais intrincado do ponto de vista neurofisiológico.

É importante observar que o transtorno afetivo bipolar pode aparecer pela primeira vez em qualquer idade: na criança, no adolescente, no adulto ou no idoso. Independentemente da idade, quanto mais rápido o TAB for diagnosticada, menos irá interferir na estruturação da personalidade das crianças, no caráter do adolescente, nas relações profissionais e familiares do adulto e na imagem do indivíduo com mais idade

Antes de tudo é preciso combater o medo, porque é ele que aparece primeiro. Depois, é tentar não agir agressivamente contra a pessoa na fase de euforia. Se os familiares não estiverem inseguros e temerosos, poderão convencê-la a procurar atendimento para um diagnóstico diferencial, a fim de eliminar possíveis causas imediatas da doença.

No Brasil, existe a ABRATA, Associação Brasileira de Transtornos Afetivos, que tem site na internet http://www.abrata.org.br/. Essa associação congrega familiares, amigos e portadores de transtorno do humor, tanto o da depressão quanto o bipolar, e é importante na medida em que procura trocar informações e fornecer elementos inclusive para os profissionais de saúde mental sobre a natureza e tratamento adequado da doença.

CHECK LIST

Não existem testes padronizados para transtorno afetivo bipolar, mas esta lista, adaptada do livro The Bipolar Child, pode ajudá-lo a reconhecer alguns sinais de alerta.
Assinale os comportamentos que seu filho atualmente apresenta ou apresentou no passado. Se você assinalar mais de 20 itens, ele deveria ser examinado por um profissional da área.
Seu filho:
1- Fica aflito demais quando separado da família;
2- Demonstra ansiedade ou preocupação excessiva;
3- Tem dificuldade para levantar-se pela manhã;
4- Fica hiperativo e excitável à tarde;
5- Tem sono agitado ou dificuldade para conciliar o sono;
6- Tem terror noturno ou acorda muitas vezes no meio da noite;
7- Não consegue concentrar-se na escola;
8- Tem caligrafia pobre;
9- Tem dificuldade em organizar tarefas;
10- Tem dificuldade em fazer transições;
11- Reclama de sentir-se aborrecido;
12- Tem muitas idéias ao mesmo tempo;
13- É muito intuitivo ou muito criativo;
14- Distrai-se facilmente com estímulos externos;
15- Tem períodos em que fala excessiva e muito rapidamente;
16- É voluntarioso e recusa-se a ser subordinado;
17- Manifesta períodos de extrema hiperatividade;
18- Tem mudanças de humor bruscas e rápidas;
19- Tem estados de humor irritável;
20- Tem estados de humor vertiginosamente alegres ou tolos;
21- Tem idéias exageradas sobre si mesmo ou suas habilidades;
22- Exibe um comportamento sexual inapropriado;
23- Sente-se facilmente criticado ou rejeitado;
24- Tem pouca iniciativa;
25- Tem períodos de pouca energia, ou alheamento, ou se isola;
26- Tem períodos de dúvida sobre si mesmo ou de baixa estima;
27- Não tolera demoras ou atrasos;
28- Persegue obstinadamente suas próprias necessidades;
29- Discute com adultos ou é mandão;
30- Desafia ou se recusa a cumprir regras;
31- Culpa os outros por seus erros;
32- Enerva-se facilmente quando as pessoas impõem limites;
33- Mente para evitar as conseqüências de seus atos;
34- Tem acessos de raiva ou fúria explosivos e prolongados;
35- Tem destruído bens intencionalmente;
36- Insulta cruelmente com raiva;
37- Calmamente faz ameaças contra outros ou contra si mesmo;
38- Já fez claras ameaças de suicídio;
39- É fascinado por sangue ou coágulos;
40- Já viu ou ouviu alucinações.

domingo, 5 de agosto de 2012

Documentário: Meu filho bipolar

Meu filho bipolar, o emocionante documentário que o Discovery Home & Health apresentou com relatos de quatro famílias, cujos filhos foram diagnosticados com transtorno bipolar.
 Os casos incluem uma mãe solteira cujo filho, Chase, de 7 anos, já foi internado seis vezes por mais de 150 dias; uma avó que cria quatro netos com diagnóstico de transtorno bipolar; uma menina chamada Samantha, que foi diagnosticada aos 3 anos de idade; e Kelsey, uma pré-adolescente que enfrenta suas oscilações de humor com coragem diante das crescentes pressões sociais na escola.
O programa apresenta as diferenças e também as semelhanças entre as crianças que sofrem da doença, e os tratamentos para cada caso, que se baseiam em uma mistura de remédios estabilizadores e drogas antipsicóticas.
Links para assistir na integra:

 Parte 1   http://youtu.be/O4bkRrCT-nU
Parte 2    http://youtu.be/TW4SaxfJJAk
Parte 3   http://youtu.be/7CbrQq7x_Fk

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Autismo. Conhecendo melhor esta condição.

O que é autismo?
O autismo parece ser uma disfunção cerebral que se reflete no desenvolvimento global e que afeta a capacidade de comunicação, a socialização e o comportamento adequado ao ambiente.
Algumas crianças autistas apresentam inteligência e fala normais, mas outras apresentam problemas no desenvolvimento dessas áreas. Alguns parecem isolados e distantes e outros parecem presos a padrões de comportamento rígidos e restritos. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é necessariamente porque ela não está interessada nessas brincadeiras, pode ser que ela tenha dificuldade de manter uma conversação.
Quando adultos, os problemas de comunicação e socialização dos autistas causam frequentes dificuldades em várias áreas da vida e eles precisam de encorajamento e apoio na sua luta por uma vida independente.
Um mito comum consiste em crer que a pessoa autista tenha um retardo mental ou que apenas saiba poucas palavras. Isto até acontece, mas nem todos os autistas são assim. Na verdade, alguns indivíduos com autismo possuem inteligência acima da média.
Quais são as principais características das pessoas autistas?
Nem todos os autistas exibem as mesmas características e nem elas têm a mesma intensidade em todos eles, o que faz com que cada caso seja diferente de outro.
Segundo a Sociedade Americana de Autismo, os indivíduos autistas exibem pelo menos metade das seguintes características:
  1. Dificuldade de relacionamento com outras pessoas.
  2. Riso inapropriado ou imotivado.
  3. Pouco ou nenhum contato visual com as outras pessoas.
  4. Aparente insensibilidade à dor.
  5. Isolamento, modos arredios, solidão.
  6. Brincar de forma inadequada ou bizarra com os objetos.
  7. Fixação inapropriada e esdrúxula em objetos.
  8. Extrema hiperatividade ou inatividade. Problemas de sono.
  9. Falta de reação aos métodos de ensino. Muitos precisam de material adaptado.
  10. Resistências às mudanças de rotina.
  11. Falta de consciência das situações que envolvem perigo.
  12. Poses e comportamentos bizarros.
  13. Ecolalia (repetição de palavras ou frases ouvidas).
  14. Recusa de colo ou afagos. Bebês preferem ficar no chão que no colo.
  15. Age como surdo, não respondendo nem mesmo se chamado pelo próprio nome.
  16. Dificuldade em expressar necessidades pela fala ou por gestos.
  17. Acessos de raiva, sem razão aparente.
  18. Habilidades motoras especiais, por exemplo, não chutar uma bola, mas empilhar blocos.
  19. Hipo ou hipersensibilidade sensorial.
  20. Não mantém nenhuma referência social (adulto, pai, mãe, etc.).
Quais são as causas do autismo?
Não há uma causa única do autismo que, por sua vez, parece não ser também uma entidade única. Cada pessoa tem diferentes características, com diferentes intensidades. O autismo parece obedecer a uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
Do lado genético, pode-se mostrar uma grande coincidência da doença em gêmeos (60 a 90% de chance em gêmeos idênticos; aproximadamente 3% em gêmeos não idênticos). Pais que têm um filho autista têm de 2 a 8% de chance de ter outro filho com essa mesma condição (75 vezes maior que na população geral). Além disso, os membros de famílias com crianças autistas estão mais sujeitos a terem outros transtornos neuropsíquicos, como atrasos na linguagem, dificuldades sociais e transtornos mentais.
Do lado ambiental, têm sido associadas ao autismo as infecções virais e a exposição a substâncias como o mercúrio, o chumbo ou o difenilpoliclorinado. Algumas pesquisas apontam a exposição pré-natal a substâncias como talidomida ou o ácido valproico. A vacina tríplice chegou a ser relacionada com o autismo, mas atualmente não se crê nisso, embora a discussão sobre vacinas e autismo ainda continue.
Como diagnosticar o autismo?
O diagnóstico do autismo é eminentemente clínico. Não existem testes, escalas ou marcadores capazes de estabelecer em definitivo o diagnóstico. Algumas características comportamentais do autismo já podem ser notadas aos 12-24 meses de idade, mas tornam-se mais evidentes depois dos três anos.
O diagnóstico preciso deve ser realizado por um profissional qualificado, baseado no comportamento, observação clínica e informações dos familiares. Recomenda-se atentar bem para a história médica pregressa, a história familiar de doenças neurológicas, psiquiátricas ou genéticas, realizar avaliações complementares e investigar a presença de comorbidades. Muitas vezes, o autismo pode ser facilmente confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do desenvolvimento, pelo fato de não haver aspectos sindrômicos específicos.
Exames do nível mental ou de fonoaudiologia podem ser realizados para descartar (ou confirmar) transtornos auditivos ou intelectuais.
Como o autismo deve ser tratado?
Existem diversas abordagens psicológicas e comportamentais, algumas melhor embasadas cientificamente que outras. O tratamento do autismo depende da gravidade do transtorno.
Em crianças pequenas, normalmente a prioridade do tratamento é o desenvolvimento da fala e da interação familiar e social. Com adolescentes, o tratamento é voltado para o desenvolvimento de habilidades sociais e de uma sexualidade saudável. Com adultos, o foco é o desenvolvimento da autonomia e o ensino de regras de convivência.
Os indivíduos com autismo têm uma expectativa de longevidade normal e algumas formas de autismo podem exigir acompanhamento pelo resto da vida. Na verdade, o autismo nunca desaparece completamente, mas os cuidados adequados podem tornar o indivíduo tão adaptado socialmente que os traços autísticos ficam imperceptíveis para aqueles que não conheçam a trajetória de desenvolvimento desses indivíduos.
Um tratamento adequado deve levar em consideração os transtornos eventualmente associados a cada caso. A terapêutica pressupõe uma equipe multi e interdisciplinar,psiquiatra, psicólogo, fonoaudiólogo, pedagogo, terapeuta ocupacional. O sucesso do tratamento depende igualmente do empenho e qualificação desses profissionais e dos estímulos feitos pelos cuidadores no ambiente familiar.
O quadro clínico do autismo não é estático e alguns sintomas modificam-se com o tempo e outros podem amenizar ou desaparecer e novas características podem surgir com a evolução do indivíduo.
Os medicamentos continuam sendo importantes em um programa de tratamento, porém nem todos os indivíduos autistas necessitarão deles. Medicamentos que atuam na dopamina e serotonina podem ajudar em alguns sintomas como redução de estereotipias, retraimento social e comportamento agressivo ou autoagressivo.

Autismo: como reconhecer os sintomas precoces?

O que é o autismo?
O autismo é uma síndrome comportamental que causa comprometimentos no relacionamento e interação com outras pessoas, na linguagem e apresenta comportamentos restritos e repetitivos.
Como é o comportamento do bebê ou da criança autista?
Abaixo estão exemplos do que pode acontecer ou não com um bebê ou uma criança autista. O diagnóstico só poderá ser determinado por um especialista.
  • A criança não se reconhece pelo nome. Os pais a chamam e ela não responde. Como ela é capaz de identificar outros sons, não se trata de um problema de surdez.
  • A criança prefere ficar sozinha. Quando deixada deitada no berço ela não reclama, parece preferir o berço ao colo dos pais.
  • A criança não fala, não olha e mostra certa apatia. Têm uma fisionomia pouco expressiva e não interage com outras crianças.
  • Crianças sem autismo geralmente imitam os adultos e querem todas as atenções voltadas para ela, já as crianças com sinais de autismo não acompanham os acontecimentos a sua volta.
  • Quando a mãe sai para trabalhar ou volta do trabalho, a criança não mostra interesse por ela.
  • Crianças de cerca de um ano com autismo vão de colo em colo e não estranham as pessoas, como seria esperado de uma criança nesta idade.
  • Durante a amamentação, a criança com autismo não interage com a mãe.
  • Os autistas muitas vezes separam os objetos por cor, tamanho, etc. mantendo comportamentos repetitivos e sem finalidade aparente.
  • A criança fica horas fazendo o mesmo movimento, com o mesmo objeto. No início pode parecer apenas ser uma criança tranquila, mas isso pode ser um dos sinais da doença. Um dos movimentos mais comuns é ficar rodando um objeto.
  • A criança pode apresentar movimentos corporais repetidos, como movimentos de balanço, às vezes, até de forma violenta.
  • A criança utiliza as pessoas como instrumento. Pega na mão do adulto e o leva até o lugar onde quer que ele faça algo que ela deseja, ao invés de pedir o que quer na forma de uma solicitação verbal.
Ainda não existe um exame complementar, laboratorial ou de imagens para diagnosticar o autismo infantil. Ele ainda é identificado através de exames clínicos.
Por que é importante saber reconhecer os sinais e sintomas precoces do autismo?
É fundamental que pessoas que trabalham e convivem com crianças saibam identificar sinais ou sintomas típicos de autismo em bebês ou crianças pequenas. Cerca de 60% das crianças com autismo apresentam sinais da doença ao nascer.
Uma vez identificado que o processo de desenvolvimento está alterado, a criança deve ser examinada por um especialista para que o diagnóstico seja feito e os tratamentos reconhecidamente eficazes sejam instituídos.
O diagnóstico precoce e a implantação correta dos tratamentos resultarão em significativa melhoria no desenvolvimento infantil e na qualidade de vida da criança e de seus familiares.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Jogo brasileiro ajuda na educação de crianças com autismo

O jogo é recomendado para crianças entre cinco e nove anos e está disponível no site www.jogoseducacionais.com
Foto: Jogos Educacionais/Reprodução

  Pais e educadores de crianças com autismo têm mais uma ferramenta a seu serviço. Um jogo criado por um mestre em ciências da computação pela PUC-RJ auxilia na alfabetização de estudantes nessa condição. Chamado Aiello, em
 homenagem a Santa Elena Aiello, a plataforma permite à criança associar nomes e imagens de objetos, ampliando seu vocabulário. "É um jogo simples que tem um personagem principal, um esquilo, que solicita uma palavra qualquer para a criança. Ele pede prato, então tem um prato lá e ela seleciona", explica o criador Rafael Cunha. Existe ainda a possibilidade de configurar o jogo para que, em vez de objetos, apareçam palavras, o que o faria útil também para auxiliar no aprendizado das palavras escritas.
O software foi criado por Rafael como parte da sua dissertação de mestrado, defendida em dezembro do ano passado. A novidade é que o programa, que estava disponível apenas para a realização da pesquisa, foi liberado para acesso do público geral e já conta com uma série de usuários.
A motivação para o desenvolvimento desse aplicativo veio da esposa de Rafael. Fonoaudióloga, ela estava atendendo uma criança com autismo que tinha dificuldade de socialização, mas se interessava muito por computadores. Logo, ele procurou uma maneira de usar o dispositivo para a alfabetização de crianças nessa condição.
Segundo o psicólogo especialista na área Robson Faggiani, o uso da informática pode ser de grande importância na educação de autistas, já que eles costumam gostar de mídias interativas, como vídeos e games. Faggiani acredita que, desde que usadas com moderação e como complemento ao ensino regular, essas ferramentas são muito úteis.
A professora do Departamento de Psicologia da PUC-RJ Carolina Lampreia auxiliou Cunha a entender as necessidades da criança com autismo. Ela realça que o método utilizado pelo jogo é interessante, pois trabalha de modo lúdico com o intuito de motivar a criança. Assim, ela se sente estimulada a seguir realizando as tarefas solicitadas. "O modelo que ele utilizou é muito interessante, chama-se escolha segundo a amostra. Você tem uma amostra e duas opções. Se escolhe a certa, a criança é recompensada de alguma forma, toca uma música ou o bonequinho se mexe", explica.
Outra vantagem apontada pelo psicólogo é que a maior parte desses programas de computador é desenvolvida em outros países, o que torna o uso por crianças brasileiras mais difícil. Faggiani elogia a iniciativa: "É bom que um brasileiro esteja fazendo isso em português. Sou completamente a favor do uso", diz.
O jogo é recomendado para crianças entre cinco e nove anos e está disponível no site www.jogoseducacionais.com, compatível com qualquer navegador de internet, tanto em dispositivos móveis quanto em computadores.


Fonte: Terra Noticias