terça-feira, 31 de maio de 2011

È importante brincar com seus filhos!



As maiores preocupações dos pais são com relação desenvolvimento e educação dos filhos. Muitos acham que o melhor brinquedo,a escolha do colégio, a moral e os bons exemplos formam a receita para se construir um bom caráter, mas não é apenas com regras que as crianças se tornam pessoas melhores.
A aproximação dos pais com os filhos é fundamental para o futuro das crianças.

Quando brincamos com nossos filhos, podemos ensiná-los a perder medos e a lidar com frustrações. É a melhor forma de ajudá-los a desafiar a vida e a vencer alguns obstáculos. Eles se sentem mais confiantes, pois têm a pessoa amada ao seu lado.

A brincadeira é mais importante que o brinquedo - e a interação com a família e com outras crianças, imprescindível para meninos e meninas de todas as idades.
Atualmente os pais, sem tempo, tendem a substituir a brincadeira pela compra de um brinquedo. Isso não resolve. O que desenvolve a criança é a interação. Os pais precisam aprender a brincar.

Hoje, os pais brincam menos com as crianças.É preciso mostrar o como as brincadeiras têm o poder de conectar a família.As brincadeiras como esconde-esconde, pega-pega, cantar músicas infantis, contar histórias, entreter a criança com um teatro de fantoches ou marionetes têm um grande valor não apenas no desenvolvimento das habilidades psicomotoras da criança como estimula sua ligação com a família.

Brincando com seu filho,você terá a chance de conhecê-lo melhor e de perceber seus sentimentos e pensamentos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Quando a criança está na temida fase do não

A fase do não é um dos momentos mais importantes do desenvolvimento da criança, pois é com este ato que a criança demonstra estar preparada para colocar seus desejos, expectativas, sem se submeter ao que o outro lhe pede. É uma fase privilegiada, já que a criança demonstra estabelecer algumas restrições em suas relações.
O não começa a se esboçar quando a criança vira sua cabeça, negando o alimento que lhe é dado ou quando cerra a boca para receber a mamadeira. E ainda ao chorar para sair do banho. É um modo de dizer que não quer sempre a mesma coisa que o outro, de que não aceita tudo e que suporta frustrar este outro.
Este processo fica mais complexo até que chega a famosa fase do não, que coincide com o período em que a criança intensifica suas birras e passa a demonstrar sua agressividade com mais veemência. É importante lembrar que este período encontra correspondência com os “nãos” que também passam a ser colocados com mais frequência. Isso ocorre por volta dos dezoito meses e pode se estender até os 4 anos, pois é o período em que a criança adquire maior autonomia e não fica mais no colo, sendo “levada” o tempo todo. Ela começa a buscar um distanciamento, quer andar sozinha, segurar a colher por ela mesma, brincar...
Do ponto de vista psíquico, o fato de dizer não expressa que a criança não se encontra tão passiva. Quantas vezes vemos a cena de meninos e meninas que se gratificam simplesmente em ficar negando, balançando suas cabeças e sorrindo. Mesmo quando este não diga outra coisa.
Este gesto permite que a criança fique, de certa forma, no controle do que lhe acontece. Serve como um anteparo diante do controle que o outro pode exercer sobre ela, ou seja, este “não” intensifica o contato dela com as pessoas, já que com o não surge a questão seguinte que é o por que não.
É muito importante que os pais saibam que esta fase é primordial no processo de constituição da personalidade do filho e que o “não” pode significar muitas coisas. Em outra polaridade, seria muito preocupante a criança que só diz sim de modo incondicional. Então, por que não dizer não?

terça-feira, 24 de maio de 2011

Como lidar com a birra?



Quem nunca assistiu a uma birra ensurdecedora de uma criança numa loja porque quer e tem de ter aquele brinquedo ? Todos nós. E quem já olhou para baixo e verificou que essa criança era sua? Muitos de nós. É um clube aos quais todos os pais vão pertencer numa altura ou noutra.

O que são?

Embora ruidosas, desesperadas e embaraçosas (principalmente em público!) as birras não são mais do que manifestações da vontade da própria criança que, por volta dos 2 ou 3 anos, descobre que já se pode fazer ouvir… e de que maneira! O comportamento infantil difere de criança para criança, sendo que algumas contestam mais os limites e as regras impostas pelos adultos do que outras. Gritam, choram, dão pontapés, agitam os braços, deitam-se no chão, atiram brinquedos e objetos pelas coisas mais simples: não querem comer a sopa, não querem tomar banho, não querem dormir, querem aquela boneca ou guloseima no hipermercado (porque é que os levamos para estas lojas?!). Querem e não querem porque já descobriram que é possível terem vontades – agora se essas são satisfeitas ou não, isso já é outra história.

O que significam?

Esquecendo, por hora, o volume destas birras, o desânimo e a impaciência que desperta nos pais, há um lado positivo destas “criancices”: no fundo, as birras são uma manifestação saudável das emoções, sentimentos, vontades e necessidades da criançada. Afinal, estão a desenvolver a sua personalidade, só não sabem como expressar-se da melhor forma, porque nas suas mentes (sim, não nos podemos esquecer que estamos a falar de criaturas de um palmo e meio!) apenas querem satisfazer a necessidade do momento e muito rapidamente – nesta altura das suas vidas não têm qualquer outra preocupação, se não a contestação dos pais.

O que não fazer?

Nunca ceda às birras de uma criança, nem porque se sente culpado por não passar muito tempo com ela ou porque tem-se portado tão bem nos últimos tempos ou então porque está a morrer de vergonha numa loja. Ao ceder, vai passar a mensagem que as birras são normais e perfeitamente aceitáveis para as crianças obterem aquilo que desejam e, pior, dará asas a um ciclo vicioso que se tornará cada vez mais difícil de controlar e ultrapassar. Ao não conceder o desejo da criança estará a mostrar-lhe várias coisas: que existe um tempo para tudo, ou seja, não pode ter tudo aquilo que pretende, na hora que pretender;que existem regras e limites que têm de ser respeitados sempre; tem de aprender a lidar com as suas próprias frustrações; tem de saber esperar pelas coisas que quer e que, a maior parte das vezes, terá de lutar para as conseguir.

O que fazer?

Mantenha a calma. Talvez a coisa mais difícil de fazer no meio de uma sessão de birras, mas a mais eficaz. Respire fundo, não eleve a voz, não ceda aos nervos, seja claro e dê o bom exemplo. 
Ignore-a. Pode parecer, à primeira vista, um pouco desumano ignorar uma criança, mas no fundo, pretende-se que ignore a birra – não responda à criança, não olhe para a criança, não acuse o seu comportamento de forma alguma. Nas primeiras birras esta atitude pode não resultar em nada, aumentando até a sua intensidade (para chamar a sua atenção claro!) mas, se o fizer regularmente, as birras vão acabar porque a criança vai perceber que não estão a surtir efeito.
Evite utilizar a força física com a criança. A birra em si já é tão “violenta” e descontrolada que bater na criança vai apenas incendiar um fogo que já está a arder e muito. Além disso, as birras podem ter outros motivos: cansaço, fome, stress, o que significa que o mais importante nesse momento é reconquistar a estabilidade.
Deixe a criança sozinha. Se a birra ocorrer em casa ou noutro espaço familiar, experimente distanciar-se da criança, deixando-a sozinha durante alguns minutos ou segundos. Claro que uma criança zangada e sozinha pode fazer estragos, por isso, controle esse tempo conforme a sua idade – os especialistas apontam para um minuto para cada ano da criança (se a criança tiver 5 anos, não a deixe sozinha mais do que 5 minutos, por exemplo). É uma espécie de “castigo” que funciona muito bem porque, não tendo “audiência” a criança vai acabar por se acalmar mais rapidamente. No entanto, e para se salvaguardar de uma possível parte dois, só a deixe voltar se estiver tranquila e em silêncio pelo menos durante 30 segundos seguidos.
Não ameace com castigos que não vai conseguir cumprir. Se optar por esta estratégia ameaçadora, mas sem consequências reais, a criança não terá problema algum em repetir a birra. Uma criança tem de estar ciente das consequências que possam advir das suas ações, boas e más. Da mesma forma que deve ser elogiada por ter arrumado o seu quarto ou brinquedos, tem de ser castigada se bater no irmão ou fizer uma birra. Uma das estratégias mais utilizadas com as crianças que fazem birras é colocá-las sentadas numa cadeira já designada para isso ou então num quarto, de onde apenas podem sair quando a mãe ou pai disser. Ora, como detestam estar confinados,  normalmente acalmam-se rapidamente e, ansiosos para saírem da sua “prisão”, começam logo a pedir para sair com promessas de bom comportamento!
Como lidar com birras persistentes? Claro que existem crianças com pulmões de verdadeiros sopranos e pilhas que parecem não ter prazo de validade, resultando em birras que não cessam e têm tendência para piorar. Nestes casos, é importante estabelecer contato físico com a criança (colocar-se ao seu nível, abraçá-la, pegar no colo), com o intuito de a acalmar, sem ceder ao seu pedido. Concentre-se no seu estado emocional e não na sua exigência, falando com ela tranquilamente, de preferência sobre outras coisas. Felizmente, a fase das birras é isso mesmo, uma fase passageira. No entanto, se sentir que as birras da sua criança se tornam mais frequentes e sem sinais de abrandamento, fale com um psicologo.
Converse muito. Finda a birra, é importante conversar com a criança sobre aquilo que se passou – o que estava certo e o que estava errado, porque é que não pode voltar a acontecer, as consequências de uma futura birra e as consequências do bom comportamento. A autodisciplina é ensinar a criança a controlar, positivamente, as situações em que se encontra. Uma vez conquistada, as birras desaparecem, quase como por magia.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Mensagem de uma criança aos pais

Dizem que sou o futuro;
Não me desampare no presente.
Dizem que sou a paz;
Não me preparem para a guerra.
Dizem que sou a promessa de Deus e do bem;
Não me entreguem ao mal.
Dizem que sou a luz de seus olhos;
Não me deixem mergulhar na escuridão.
De vocês não espero o pão apenas;
Dêem-me a luz do entendimento....
Não quero de vocês o carinho somente;
Suplico que me eduquem...
A vocês não lhes peço apenas brinquedos,
peço-lhes boas palavras e bons exemplos...
Não vejam em mim um enfeite na casa de vocês;
sou alguém, pessoa humana à imagem de Deus.
Ensinem-me a oração, o trabalho, a humildade,
para que eu venha a ser bom, puro, forte e justo.
Corrijam-me agora, ainda que eu sou sofra...
Enquanto é tempo..
Amanhã poderá ser tarde...
Ajudem-me hoje, eu lhes suplico:
para que amanhã eu não os faça chorar....

A mentira no mundo infantil

Deixar de falar a verdade, ou seja, omitir uma situação, ou distorcê-la, relatando versões diferentes das que realmente aconteceram, são fatos que deixam os pais se questionando quanto ao porquê dos filhos agirem assim e do que fazer nestas situações. Muitos se sentem culpados porque não dão bons exemplos. Muitas vezes mentem ou omitem fatos na presença do filho ("meu pai me ensinou a não mentir, mas esqueceu-se de dizer a verdade"). Outros se sentem traídos, pois se dedicam ao máximo e recebem em troca filhos com valores distorcidos. Outros sentem-se fracassados, pois pensam que não sabem ensinar aos filhos conceitos importantes. Para falarmos sobre este assunto na fase da infância é importante primeiramente diferenciarmos a mentira da fantasia. Até três anos de idade a criança não distingue entre o real e o fantástico. Não consegue separar o faz-de-conta da realidade. É na infância que o senso ético vai se formando, amadurecendo. A internalização do certo e do errado vai acontecendo através de processos internos e será por volta dos nove anos que a criança terá estes dois conceitos melhor definidos. Portanto, ela poderá, neste percurso, às vezes, não falar a verdade e isto será normal. Quando, no entanto, a mentira se torna uma constante na vida da criança, é preciso investigar. Ela pode estar se tornando patológica. Muitas crianças mentem porque não querem decepcionar os pais que, às vezes, têm expectativas muito grandes em relação a elas. Pais muito bravos correm o risco de estarem ensinando os filhos a mentir, no sentido em que a criança pode deixar de falar a verdade por medo do castigo, da represália. Outras crianças mentem porque não sabem enfrentar as críticas, e não estão com a auto-estima bem estruturada. A mentira geralmente denota a sensação de fraqueza, impotência diante de alguma situação. Ocorre também das crianças mentirem porque aprenderam com os mais velhos. Presenciam os pais distorcendo os fatos, mentindo, omitindo. O modelo é fundamental na vida da criança, pois ela se espelha nele. É nesta fase que está sendo formado o caráter da pessoa. Por esta ser uma fase de formação, a criança irá repetir pela vida o que ela estiver aprendendo. Por isto ser um período tão importante. Diante das mentiras, no entanto, é fundamental que os pais não chamem os filhos de mentirosos, fracos, porque eles podem internalizar e acreditar que realmente são assim, e agirão de acordo com este rótulo. É essencial deixar claro que a crítica é para a atitude e não para a pessoa. Ou seja, não é a criança que é errada e feia. É a mentira que é errada e feia. Isto faz uma grande diferença. É bom conversar com o filho, tentar entendê-lo para compreender o que há por trás das mentiras. É bom lembrar que a criança que está acostumada a mentir não irá parar de uma hora para outra, porque acaba virando um hábito. Conversando, observando, tentando entender um pouco o mundo infantil, fica muito mais fácil auxiliar a criança no seu desenvolvimento. O importante é saber que a mentira, às vezes, pode fazer parte do processo de crescimento, mas se passa a ser uma forma exagerada pode ser um aviso de que há algo errado. A criança pode estar precisando de orientação, auxílio, atenção, ajuda...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Bullying: O que os pais devem fazer?

Seu filho pode não contar a você que está sofrendo bullying na escola. Fique atento para os seguintes sinais que ele pode apresentar:
•Agir de forma estranha, geralmente se isolando.
 •Apresentar sinais de  trauma como ferimentos ou hematomas sem explicação.
 •Chegar com roupas rasgadas.
 •Demonstrar medo de ir à escola.
 •Ter problemas para dormir.
 •Apresentar mudanças de humor...
 •Parar de falar sobre a escola.
 •Encontrar desculpas para faltar à escola.
 •Fazer subitamente novas amizades.
 •Apresentar comportamento agressivo em casa (às vezes o que sofre bullying pode descontar nos irmãos).

Converse com seu filho:
•Se você notar sinais de alerta de que seu filho pode estar sendo vítima de bullying, saiba que há maneiras de você conversar com ele sobre o que de fato está acontecendo na escola.
 •Faça perguntas provocadoras na terceira pessoa como, por exemplo, para sua filha "como as meninas se relacionam na escola" ou "como você se sente quando está na escola?".
 •Lembre-se que o que você pode fazer de mais importante é escutar seu filho e abraçá-lo.

Como você pode ajudar:
Se seu filho é vítima de bullying na escola, você deve:
•Levar o assunto a sério. Não minimizar o ocorrido.
 •Manter um diálogo aberto com seu filho sobre bullying.
 •Não pensar que o bullying acabou porque seu filho parou de falar sobre ele.
 •Dar conselhos consistentes.
 •Reforçar a auto-estima de seu filho. Ajudá-lo a achar uma atividade na qual ele se adapte.
 •Não agir sozinho. Encontre outros pais cujos filhos estão também sofrendo bullying  ou presenciaram o bullying e se organizem.
 •Lembrar a seu filho que você o ama e enconrajá-lo a conseguir aliados entre os colegas.
 •Contatar sua escola para contar o que está acontecendo.

O que não fazer:
•Nunca dizer a seu filho/filha que o que está acontecendo faz parte de uma fase normal.
 •Não minimizar o problema.
 •Nunca diga a seu filho/filha que ele/ela está sendo exageradamente sensível.
 •Nunca lhes atribua a culpa por estarem sofrendo bullying.
 •Nunca diga a eles que os colegas estão apenas brincando.

O que seu filho pode fazer:
Mesmo que seu filho seja contra, vá à escola e diga o que está acontecendo e trabalhe com a escola para ter a certeza de que seu filho será protegido. Você pode também ajudar seu filho a lidar com o autor do bullying desde o início das provocações, dizendo a eles que:
•Reaja falando firme: "Pare com isto. Não gostei!"
 •Consiga colegas para ajudá-lo a enfrentar o autor do bullying.
 •A coisa mais importantes para uma criança se lembrar é que ela deve contar para um adulto logo que o bullying acontecer. Um adulto pode apoiar e dar força a uma criança e enfraquecer o autor do bullying.

domingo, 15 de maio de 2011

Bullying

  Brigas, ofensas, disseminação de comentários maldosos, agressões físicas e psicológicas, repressão. A escola pode ser palco de todos esses comportamentos, transformando a vida escolar de muitos alunos em um verdadeiro inferno.
 Gislaine, aluna da 2ª série, de oito anos, estava faltando frequentemente à escola. Quando comparecia, chorava muito e não participava das aulas, alegando dores de cabeça e medo. Certo dia, alguns alunos procuraram a professora da turma dizendo que a garota estava sofrendo ameaças. Teria que dar suas roupas, sapatos e dinheiro para outra aluna, caso contrário apanharia e seria cortada com estilete.
 Carlos, da 5ª série, foi vítima de alguns colegas por muito tempo, porque não gostava de futebol. Era ridicularizado constantemente, sendo chamado de gay nas aulas de educação física. Isso o ofendia sobremaneira, levando-o a abrigar pensamentos suicidas, mas antes queria encontrar uma arma e matar muitos dentro da escola.
 Os casos descritos acima são reais e revelam a agressão sofrida por crianças dentro da escola, colhidos e narrados por Cleo Fante como parte de uma pesquisa sobre a violência nas escolas, publicados em seu livro “Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz”. Esses e muitos outros casos de agressões e violências entre os alunos desde as séries iniciais até o ensino médio, demonstram uma realidade assustadora que muitos desconhecem, ou não percebem, trazendo à tona a discussão sobre o fenômeno bullying, o grande vilão de toda essa história. Mas o que é? Quais as causas? Como prevenir?

  A palavra bullying é derivada do verbo inglês bully que significa usar a superioridade física para intimidar alguém. Também adota aspecto de adjetivo, referindo-se a “valentão”, “tirano”. Como verbo ou como adjetivo, a terminologia bullying tem sido adotada em vários países como designação para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo inerente às relações interpessoais. As vítimas são os indivíduos considerados mais fracos e frágeis dessa relação, transformados em objeto de diversão e prazer por meio de “brincadeiras” maldosas e intimidadoras.
 Estudos indicam que as simples “brincadeirinhas de mau-gosto” de antigamente, hoje denominadas bullying, podem revelar-se em uma ação muito séria. Causam desde simples problemas de aprendizagem até sérios transtornos de comportamento responsáveis por índices de suicídios e homicídios entre estudantes.
 Mesmo sendo um fenômeno antigo, mantém ainda hoje um caráter oculto, pelo fato de as vítimas não terem coragem suficiente para uma possível denúncia. Isso contribui com o desconhecimento e a indiferença sobre o assunto por parte dos profissionais ligados à educação. Pode ser manifestado em qualquer lugar onde existam relações interpessoais.
 As conseqüências afetam a todos, mas a vítima, principalmente a típica, é a mais prejudicada, pois poderá sofrer os efeitos do seu sofrimento silencioso por boa parte de sua vida. Desenvolve ou reforça atitude de insegurança e dificuldade relacional, tornando-se uma pessoa apática, retraída, indefesa aos ataques externos.
 Muitas vezes, mesmo na vida adulta, é centro de gozações entre colegas de trabalho ou familiares. Apresenta um autoconceito de menos-valia e considera-se inútil, descartável. Pode desencadear um quadro de neuroses, como a fobia social e, em casos mais graves, psicoses que, a depender da intensidade dos maus-tratos sofridos, tendem à depressão, ao suicídio e ao homicídio seguido ou não de suicídio.
 Em relação ao agressor, reproduz em suas futuras relações, o modelo que sempre lhe trouxe “resultados”: o do mando-obediência pela força e agressão. É fechado à afetividade e tende à delinqüência e à criminalidade.
Isso, de certa maneira, afeta toda a sociedade. Seja como agressor, como vítima, ou até espectador, tais ações marcam, deixam cicatrizes imperceptíveis em curto prazo. Dependendo do nível e intensidade da experiência, causam frustrações e comportamentos desajustados gerando, até mesmo, atitudes sociopatas.    

 O que a escola pode fazer?
 Em relação à escola, em primeiro lugar, deve conscientizar-se de que esse conflito relacional já é considerado um problema de saúde pública. Por isso, é preciso desenvolver um olhar mais observador tanto dos professores quanto dos demais profissionais ligados ao espaço escolar. Sendo assim, deve atentar-se para sinais de violência, procurando neutralizar os agressores, bem como assessorar as vítimas e transformar os espectadores em principais aliados.
 Além disso, tomar algumas iniciativas preventivas do tipo: aumentar a supervisão na hora do recreio e intervalo; evitar em sala de aula menosprezo, apelidos, ou rejeição de alunos por qualquer que seja o motivo. Também pode-se promover debates sobre as várias formas de violência, respeito mútuo e a afetividade tendo como foco as relações humanas.
 Mas tais assuntos precisam fazer parte da rotina da escola como ações atitudinais e não apenas conceituais. De nada valerá falar sobre a não-violência, se os próprios profissionais em educação usam de atos agressivos, verbais ou não, contra seus alunos. Ou seja, procurar evitar a velha política do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”
 Há diversos exemplos claros de ação eficiente contra o bullying no espaço escolar. Uma delas é o programa “Educar para a paz”, criado e desenvolvido por Cleo Fante e equipe, que trabalha com estratégias de intervenção e prevenção contra a violência na escola. Além disso, também existem sites sobre o assunto como que visam a alertar e informar profissionais e pais no combate ao bullying:
Diga não ao Bullying
Observatório da Infância

Características de bullying:
  
 • Comportamentos deliberados e danosos, produzidos de forma repetitiva num período prolongado de tempo contra uma mesma vítima;
 • Apresentam uma relação de desequilíbrio de poder, o que dificulta a defesa da vítima;
 • Não há motivos evidentes;
 • Acontece de forma direta, por meio de agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences) e verbais (apelidar de maneira pejorativa e discriminatória, insultar, constranger);
• De forma indireta, caracteriza-se pela disseminação de rumores desagradáveis e desqualificantes, visando à discriminação e exclusão da vítima de seu grupo social.

Os protagonistas do bullying:
   A vítima pode ser classificada, segundo pesquisadores, em três tipos:

• Vítima típica: é pouco sociável, sofre repetidamente as conseqüências dos comportamentos agressivos de outros, possui aspecto físico frágil, coordenação motora deficiente, extrema sensibilidade, timidez, passividade, submissão, insegurança, baixa auto-estima, alguma dificuldade de aprendizado, ansiedade e aspectos depressivos. Sente dificuldade de impor-se ao grupo, tanto física quanto verbalmente.

• Vítima provocadora: refere-se àquela que atrai e provoca reações agressivas contra as quais não consegue lidar. Tenta brigar ou responder quando é atacada ou insultada, mas não obtém bons resultados. Pode ser hiperativa, inquieta, dispersiva e ofensora. É, de modo geral, tola, imatura, de costumes irritantes e quase sempre é responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra.

• Vítima agressora: reproduz os maus-tratos sofridos. Como forma de compensação procura uma outra vítima mais frágil e comete contra esta todas as agressões sofridas na escola, ou em casa, transformando o bullying em um ciclo vicioso.

  O agressor pode ser de ambos os sexos. Tem caráter violento e perverso, com poder de liderança, obtido por meio da força e da agressividade. Age sozinho ou em grupo. Geralmente é oriundo de família desestruturada, em que há parcial ou total ausência de afetividade. Apresenta aversão às normas; não aceita ser contrariado, geralmente está envolvido em atos de pequenos delitos, como roubo e/ou vandalismo. Seu desempenho escolar é deficitário, mas isso não configura uma dificuldade de aprendizagem, já que muitos apresentam nas séries iniciais rendimento normal ou acima da média.

  Espectadores são alunos que adotam a “lei do silêncio”. Testemunham a tudo, mas não tomam partido, nem saem em defesa do agredido por medo de serem a próxima vítima. Também nesse grupo estão alguns alunos que não participam dos ataques, mas manifestam apoio ao agressor.

Como identificar os envolvidos?

  De acordo com as indicações de Dan Olweus, psicólogo norueguês da Universidade de Bergen e importante pesquisador sobre o assunto, para que uma criança ou adolescente seja identificado como vítima ou agressor, pais e professores precisam ter atenção se o mesmo apresenta alguns comportamentos:

 VÍTIMA
 Na escola
 • Durante o recreio está freqüentemente isolado e separado do grupo, ou procura ficar próximo do professor ou de algum adulto;
 • Na sala de aula tem dificuldade em falar diante dos demais, mostrando-se inseguro ou ansioso;
 • Nos jogos em equipe é o último a ser escolhido;
 • Apresenta-se comumente com aspecto contrariado, triste, deprimido ou aflito;
 • Desleixo gradual nas tarefas escolares;
 • Apresenta ocasionalmente contusões, feridas, cortes, arranhões ou a roupa rasgada, de forma não-natural;
 • Falta às aulas com certa freqüência;
 • Perde constantemente os seus pertences.
 Em casa
 • Apresenta, com freqüência, dores de cabeça, pouco apetite, dor de estômago, tonturas, sobretudo de manhã;
 • Muda o humor de maneira inesperada, apresentando explosões de irritação;
 • Regressa da escola com as roupas rasgada ou sujas e com o material escolar danificado;
 • Desleixo gradual nas tarefas escolares;
 • Apresenta aspecto contrariado, triste deprimido, aflito ou infeliz;
 • Apresenta contusões, feridas, cortes, arranhões ou estragos na roupa;
 • Apresenta desculpas para faltar às aulas;
 • Raramente possui amigos, ou se possui, são poucos os que compartilham seu tempo livre;
 • Pede dinheiro extra à família ou furta;
 • Apresenta gastos altos na cantina da escola.

 AGRESSOR
 Na escola
 • Faz brincadeira ou gozações, além de rir de modo desdenhoso e hostil;
 • Coloca apelidos ou chama pelo nome e sobrenome dos colegas, de forma malsoante;
 • Insulta, menospreza, ridiculariza, difama;
 • Faz ameaças, dá ordens, domina e subjuga;
 • Incomoda, intimida, empurra, picha, bate, dá socos, pontapés, beliscões, puxa os cabelos, envolve-se em discussões e desentendimentos;
 • Pega materiais escolares, dinheiro, lanches e outros pertences dos outros colegas, sem consentimento.
 Em casa
 • Regressa da escola com as roupas amarrotadas e com ar de superioridade;
 • Apresenta atitude hostil, desafiante e agressiva com pais e irmãos, chegando a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou a diferença de força física;
 • É habilidoso para sair-se bem em “situações difíceis”;
 • Exterioriza ou tenta exteriorizar sua autoridade sobre alguém;
 • Porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Distúrbios do sono em crianças

Os pais de crianças obviamente acham os períodos de sono do filho uma maravilha, particularmente quando ele evolui para um padrão em que há uma longa noite sem acordar. 
Porém, a irregularidade no padrão de sono da criança pode ser sintoma de alguma desorganização ou problema.
Em cada idade o sono tem características diferentes. O recém-nascido, por exemplo, dorme de dezesseis a vinte horas por dia,uma criança 10 horas, enquanto o jovem adulto dorme oito e o idoso apenas seis ou sete horas.

O sono do bebê é mais longo e diferente do sono dos adultos. Os pais costumam notar que seus filhos são ativos e expressivos mesmo quando estão dormindo. Produzem uma variedade de expressões faciais, incluindo sorrisos, caretas e outras. Também fazem ruídos e movimentos. Isso ocorre pois, nos bebês, o processo de inibição das atividades motoras ainda não está amadurecido.

Para a maioria dos pais, um grande marco da infância é a primeira vez que o filho dorme durante uma noite inteira. Em geral, isso não acontece antes dos três meses de idade. Entre três meses e um ano, a criança estabiliza seus hábitos de sono, mas ainda não de forma contínua, pois a maioria costuma acordar pelo menos uma vez, exigindo a atenção dos pais.

Os distúrbios do sono estão às vezes relacionados com angústia de separação (a noite é o momento por excelência no qual, ao acordar, a criança tem consciência de estar sozinha) e/ou como resultado de uma mudança nas circunstâncias da família que submete a criança a uma tensão extra.

Muitas vezes, as crianças apresentam dificuldades para dormir porque tem medo de sonhos maus. Isso está em parte relacionado com a forma como elas se apegam a uma espécie de crença em mágica, realidade e fantasia não estão totalmente diferenciadas nas suas mentes. Muitos contos de fadas são a própria matéria dos pesadelos das crianças.

Algumas técnicas que ajudam a criança dormir:

* Estabelecer um ritual associado à hora de ir dormir: dar um copo de leite, vestir o pijama, contar uma história, cantar uma canção de ninar etc...

* Deixar acesa uma luz bem fraquinha. Não é raro a criança se sentir abandonada quando não consegue enxergar os objetos familiares no quarto escuro.

* Dar para a criança um "objeto de transição": um bicho de pelúcia, um travesseiro ou uma fralda. A função do objeto de transição é suavizar o momento de separação dos pais na hora de ir para a cama. Este objeto transmite uma sensação de calor, conforto e segurança.

* Não dar achocolatados e refrigerantes antes da criança dormir.

* Não ficar disponível demais para a criança durante a noite. Se ela fizer manha ou chorar, espere um pouco antes de entrar no quarto. 

A falta de sono em crianças nem sempre causa sonolência durante o dia, podendo apresentar um conjunto de sintomas muito enganador: o de hiperatividade, dificuldade de relacionamento, irritabilidade e agressividade. Em geral, não conseguem se concentrar quando interagem com adultos e na escola.

Quando o distúrbio do sono passa a ser freqüente, prejudicar a dinâmica familiar e resultar nestes sintomas já citados acima, é importante que os pais primeiramente procurem um médico para descartar a possibilidade de qualquer doença orgânica. Sendo esta hipótese descartada, é indicado procurar ajuda de um psicólogo para poder ser trabalhado o fator emocional que está prejudicando o sono da criança.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Os 10 mandamentos para uma boa eduacação

Segundo psicólogo americano Robert Epstein os 10 mandamentos para uma boa educação:
1. Amor e Afeto
Apoiar e aceitar a criança, dar carinho e dedicar parte do seu tempo a ela.
2. Controle do Estresse
Tomar medidas para reduzir o estresse, praticar técnicas de relaxamento e dar uma interpretação positiva para as situações adversas.
3. Relacionamento Eficaz
Manter um relacionamento saudável com seu marido e com as pessoas à sua volta.
4. Autonomia e Independência
Tratar seu filho com respeito e o encorajar para ser autoconfiante e independente.
5. Educação e Aprendizado
Promover oportunidades de aprendizado e oferecer boa educação para o seu filho.
6. Preparação para a Vida
Ter uma renda estável e fazer planos para o futuro.
7. Gerenciando o Comportamento
Reforçar positivamente as boas atitudes e recorrer a castigos apenas quando outros métodos, como conversar e orientar, falham.
8. Saúde
Manter um estilo de vida saudável, com bons hábitos alimentares e exercícios regulares, para inspirar seu filho.
9. Religião
Apoiar alguma crença e participar de atividades espirituais ou religiosas.
10. Segurança
Tomar precauções para proteger o seu filho e se manter informado sobre o que ele faz no dia a dia.